Em uma dura derrota para o governo federal, o Congresso Nacional derrubou, em menos de 24 horas, o decreto presidencial que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), previsto como uma das estratégias centrais para reforçar a arrecadação e cumprir as metas do orçamento de 2025. A medida, elaborada pelo Ministério da Fazenda, previa arrecadar R$ 20,5 bilhões adicionais com alterações em tributações sobre apostas eletrônicas, fintechs e títulos de crédito isentos de impostos.
foto - reprodução |
Em nota oficial, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou nesta quinta-feira (26) que ainda não há decisão tomada sobre uma eventual ação no Supremo, embora reconheça que o caminho jurídico está sendo analisado tecnicamente. A reação da AGU ocorreu após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarar que a derrubada do decreto fere a Constituição e que a judicialização é uma possibilidade legítima do Executivo.
A base do governo classificou a revogação como quebra de acordo político feito entre lideranças partidárias e os presidentes das Casas Legislativas. “Essa Casa vive de cumprir acordos”, reclamou o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), durante o plenário.
De outro lado, parlamentares da oposição e do centro argumentam que o aumento do IOF penalizaria setores estratégicos da economia e, principalmente, micro e pequenas empresas, além de afetar consumidores com financiamentos e crédito pessoal.
Agora, sem o respaldo do decreto, o governo estuda outras fontes de arrecadação, como a taxação de dividendos ou a exploração de novas receitas no setor do petróleo. Haddad foi direto ao afirmar: “Se não houver novas receitas, haverá cortes. E eles vão atingir áreas prioritárias para a população”.
A queda do decreto escancara a tensão entre Executivo e Legislativo em torno do controle fiscal e evidencia a dificuldade do governo em viabilizar economicamente o orçamento diante de resistências políticas crescentes.
Com informações Agência Brasil.