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Oposição reage a Gilmar e elabora PEC sobre impeachment de ministros do STF

Senadores articulam proposta que garante competência do Senado na denúncia e análise de crimes de responsabilidade de ministros do Supremo

A oposição no Senado articula uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que garante competência à Casa para denunciar e analisar crimes de responsabilidade de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).



O texto em articulação é uma resposta à decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, que deu liminar para que apenas a PGR (Procuradoria-Geral da República) possa pedir o impeachment de ministros da Corte.


A decisão do decano da Corte suspende trecho de uma lei de 1950 que previa a prerrogativa para qualquer cidadão brasileiro apresentar pedidos do tipo. A liminar ainda será analisada pelo plenário em julgamento virtual, entre os dias 12 e 19 de dezembro.


A Constituição já prevê que cabe ao Senado “processar e julgar os ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União nos crimes de responsabilidade”.


De acordo com o senador Cleitinho (Republicanos-MG), que articula a nova PEC, o texto constitucional não “indica expressamente quem poderia provocar o Senado”.


Por isso, a proposta mira “conferir maior clareza e segurança jurídica ao processo de responsabilização de ministros do Supremo Tribunal Federal, ao explicitar quem possui legitimidade para apresentar denúncia e qual o quórum necessário para sua admissibilidade no Senado”.


O texto proposto determina que a denúncia contra ministros do STF poderá ser apresentada por qualquer cidadão ou por senador da República. A admissibilidade da denúncia será analisada pelo Senado Federal e exigirá, para sua aprovação, quórum de maioria simples, ou seja, o voto de mais da metade dos senadores presentes.


Para ser protocolada e começar a tramitar, a PEC precisa do apoio de no mínimo 27 senadores. Só neste ano, foram protocolados no Senado 33 pedidos de afastamento de ministros do STF, apresentados tanto por cidadão como por senadores.


Como  o site mostrou, a decisão de Gilmar motivou críticas de integrantes da oposição na Câmara e no Senado. Para os parlamentares, há uma interferência em competências do Legislativo e um movimento de "blindagem" da Corte. (CNN)

Moraes manda Bolsonaro informar se quer dar entrevistas à imprensa

Caso queiram entrevistar o ex-presidente Jair Bolsonaro, os portais devem comunicar os advogados de defesa de Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decida se tem interesse em conceder entrevistas para veículos de comunicação.



A decisão de Moraes, dessa terça-feira (2/12), ocorre após um jornal pedir autorização ao STF para a possibilidade de declarações de Bolsonaro à imprensa neste período em que ele permanece preso na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, depois de ser condenado no processo da trama golpista.


Moraes explica na decisão que o primeiro pedido, protocolado pelo portal “Conexão Política”, foi expedido um dia após a prisão de Bolsonaro, em 26 de novembro, quando pediu permissão, em direitos autorais, para “autorização para realização de entrevista jornalística com o reeducando Jair Messias Bolsonaro”.


O ex-presidente esteve preso em casa desde 4 de agosto por descumprimento de medidas cautelares relacionadas a outra investigação, e, a partir de então, o político não deu declarações à imprensa, apenas falas terceirizadas e repassadas pelos filhos.


“Ambos (veículos de comunicação) igualmente, nos autos da Ação Penal 2668/DF, intimem-se os advogados regularmente constituídos por Jair Messias Bolsonaro, inclusive por meios eletrônicos, para que informem se o réu tem interesse em realizar a referência entrevista, no prazo de 5 (cinco) dias”, informou Moraes na decisão.

Moraes enviou um comunicado geral aos portais de notícia, que, anteriormente, também solicitaram entrevista ao Bolsonaro. Na decisão, pelo menos 10 empresas de comunicação foram citadas — entre elas o Metrópoles.


Caso queiram uma conversa gravada com o ex-presidente, os portais devem comunicar os advogados da defesa de Bolsonaro da possibilidade da entrevista. Além disso, os advogados do ex-presidente precisam informar se ele tem interesse de conversar com algum jornalista.


A entrevista solicitada pode ser audiovisual, isso se houver concordância da defesa, que deve informar os protocolos para um diálogo de Bolsonaro com os jornalistas, e o STF comunica se vai autorizar.


Quando Bolsonaro estava cumprindo domiciliar em regime aberto, ainda por descumprimento de cautelares, Moraes determinou a proibição do ex-presidente de usar redes sociais, incluiindo “transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiros”.


Um dos motivos citados para prender Bolsonaro em casa à época, foi a aparição do ex-presidente em uma manifestação de direita, após o deputado federal Nikolas Ferreira ligar para ele no meio do evento político, e ele acenar indiretamente aos manifestantes.


Atualmente, após o trânsito em julgado dos processos de réus do núcleo 1 da trama golpista, Bolsonaro permanecerá preso na superintendência da PF, em Brasília, uma vez que, no processo, foi apontado como líder da organização criminosa golpista que visava mantê-lo no poder após as eleições de 2022. (Metrópoles)

Lula diz que indicação de Messias não deve ser problema político

Na terça, Alcolumbre cancelou o calendário de sabatina do indicado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira (3), que não sabe “o porquê da polêmica” envolvendo a indicação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta terça-feira (2), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, cancelou o calendário para a sabatina de Messias.



“Sinceramente, eu não entendo o porquê da polêmica, não é o primeiro ministro que eu indico, eu já indiquei oito ministros. Eu simplesmente escolho uma pessoa, mando para o Senado, e o Senado, então, faz um julgamento para saber se a pessoa está qualificada ou não”, disse Lula em entrevista à TV Verdes Mares, em Fortaleza (CE).


Em nota, Alcolumbre justificou o cancelamento afirmando que o governo federal não encaminhou ao Senado a mensagem escrita formal referente à indicação. O ato já foi publicado no Diário Oficial da União.


“Esta omissão, de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, é grave e sem precedentes. É uma interferência no cronograma da sabatina, prerrogativa do Poder Legislativo”, afirmou o senador.


O presidente do Senado cancelou o calendário fixado com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Otto Alencar (PSD-BA), que previa a leitura do parecer no dia 3 de dezembro e a sabatina no dia 10 de dezembro. Ainda não há nova data para a análise.


Indicação

A indicação de Messias tem enfrentado resistência de senadores, mas, para Lula, o ministro tem a qualificação comprovada para assumir o cargo no STF.


"Eu não sei por que foi transformado num problema político dessa monta, eu espero que seja resolvido. Eu estou muito tranquilo com relação a isso, eu cumpri com o meu papel, mandei um nome que entendo que tem qualificação profissional para ser ministro da Suprema Corte”, afirmou.


No último dia 20 de novembro, Lula indicou Jorge Messias para ocupar a vaga deixada com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso.


Messias tem 45 anos e poderá ficar no Supremo pelos próximos 30 anos, quando completará 75 anos, que é a idade para aposentadoria compulsória.


Para tomar posse, o atual advogado-geral da União precisa passar por uma sabatina na CCJ do Senado e ter o nome aprovado em votação no colegiado e no plenário da Casa, com aprovação de 41 senadores.


Qualificação

Jorge Messias está no comando da AGU desde 1° de janeiro de 2023, início do terceiro mandato de Lula.


Nascido no Recife, o futuro ministro é procurador concursado da Fazenda Nacional desde 2007. Ele é formado em direito pela Faculdade de Direito do Recife (UFPE) e tem os títulos de mestre e doutor pela Universidade de Brasília (UnB).


Durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República. O setor é responsável pelo assessoramento direto do presidente. (Agência Brasil)

Câmara aprova isenção de IPVA para veículos com mais de 20 anos

Projeto segue agora para promulgação

A Câmara dos Deputados aprovou proposta de emenda à Constituição (PEC) que isenta do pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores ( IPVA) os veículos terrestres com 20 anos ou mais de fabricação. O texto, do Senado, foi aprovado em dois turnos nessa terça-feira (2) e segue para promulgação.



No primeiro turno, foram 412 votos a favor e 4 contrários. No segundo, 397 votos a favor e 3 contra.


A PEC 72/23 prevê a isenção para carros de passeio, caminhonetes e veículos mistos com mais de 20 anos. Na prática, a mudança proíbe a cobrança do imposto nesses casos, concedendo a chamada imunidade tributária. A medida não se aplica a micro-ônibus, ônibus, reboques e semirreboques.


Segundo o relator na comissão especial que analisou a proposta, deputado Euclydes Pettersen (Republicanos-MG), a PEC harmoniza a legislação nacional com a prática de estados que já não cobram IPVA de veículos antigos.


“A proposta uniformiza a isenção do IPVA para carros antigos, que já é adotada por vários estados, evitando diferenças na cobrança do imposto”, disse Pettersen.


A medida deve impactar principalmente estados que ainda não oferecem o benefício, como Minas Gerais, Pernambuco, Tocantins, Alagoas e Santa Catarina.


Reforma tributária

As imunidades tributárias do IPVA não existiam na Constituição Federal antes da aprovação da última reforma tributária (Emenda Constitucional 132, de 2023).


Com a reforma, a cobrança do IPVA foi ampliada para alcançar veículos aéreos e aquáticos, mas alguns deles ganharam imunidade tributária.


Atualmente, a Constituição Federal isenta de IPVA:


aeronaves agrícolas e de operadores certificados para serviços aéreos a terceiros;


embarcações de empresas autorizadas para transporte aquaviário;


pessoas ou empresas que praticam pesca industrial, artesanal, científica ou de subsistência;


plataformas móveis em águas territoriais e zonas econômicas exclusivas com fins econômicos (petróleo e gás); e


tratores e máquinas agrícolas.


Debate em plenário

Durante o debate em plenário, o relator da proposta, deputado Euclydes Pettersen, defendeu federalizar a isenção do IPVA.


"Estamos retirando esse tributo para as pessoas que já pagaram outro carro por meio do imposto", disse ele, ao citar o cálculo do pagamento do IPVA ao longo de duas décadas.


O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) lembrou que muitos estados já garantem a isenção. "O Maranhão mesmo beneficia vários automóveis utilizados por pequenos produtores rurais, como as caminhonetes D20 e C10", afirmou.


Para o deputado Domingos Sávio (PL-MG), o projeto beneficia cidadãos mais humildes e sem condições de comprar carros novos. "Se não pagar o IPVA, sobra dinheiro para manter o carro em todas as condições de funcionar bem", disse.


*Com informações da Agência Câmara de Notícias

Alcolumbre anuncia cancelamento da sabatina de Messias

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou na tarde desta segunda-feira (2/12) o cancelamento da sabatina de Jorge Messias, indicado de Lula ao STF. O anúncio foi feito por Alcolumbre no plenário. Ele argumentou que a sabatina foi cancelada pelo fato de o governo não ter enviado oficialmente a indicação de Messias. Já leu […]



O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), anunciou na tarde desta segunda-feira (2/12) o cancelamento da sabatina de Jorge Messias, indicado de Lula ao STF.



O anúncio foi feito por Alcolumbre no plenário. Ele argumentou que a sabatina foi cancelada pelo fato de o governo não ter enviado oficialmente a indicação de Messias. (Metrópoles)

Alero aprova crédito de R$ 2,3 milhões para garantir serviços da Defensoria Pública

Excesso de arrecadação da DPE pagará despesas indenizatórias de servidores e colaboradores.

A Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) aprovou, na sessão plenária de terça-feira (25), o Projeto de Lei (PL) 1211/2025, de autoria do Poder Executivo, que autoriza a abertura de um crédito adicional suplementar no valor de R$ 2.386.821,09 em favor da Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE/RO). O objetivo central da medida é assegurar o pagamento de despesas indenizatórias a servidores e colaboradores da instituição, garantindo a continuidade e a regularidade dos serviços essenciais prestados à população carente do estado.



A aprovação do projeto pela Casa de Leis reforçou o compromisso do Parlamento com a segurança jurídica e a eficiência dos órgãos autônomos. Em mensagem, o governo destaca que os recursos serão provenientes de excesso de arrecadação da própria Defensoria, como rendimento de aplicações financeiras e ressarcimentos. 


O projeto de lei segue agora para sanção do Poder Executivo estadual.


As sessões da Assembleia Legislativa podem ser acompanhadas presencialmente ou pelos canais da TV Assembleia (7.2) e YouTube. Mais informações sobre os projetos e as votações estão disponíveis no Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (Sapl) e no site oficial da Alero.

Post de Lula em site de Eduardo Bolsonaro levou PF a investigar hacker

A ação digital, classificada pela PF como “coordenada”, derrubou sites oficiais de deputados federais

A Polícia Federal (PF) abriu uma frente de investigação após uma série de ataques cibernéticos mirarem parlamentares da ala conservadora que defendem o Projeto de Lei 1.904/2024, conhecido como PL do Aborto.



A ação digital, classificada pela corporação como “coordenada”, derrubou sites oficiais de deputados federais e chegou a exibir, no endereço de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um antigo tuíte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


O episódio, ocorrido em junho de 2024, voltou ao centro das apurações nesta terça-feira (02/12), quando a PF deflagrou a Operação Intolerans para esclarecer ataques do tipo DDoS (negação de serviço). Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo e Curitiba.


Ataque exibiu postagem de Lula no site de Eduardo Bolsonaro

Na ocasião, o site do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro saiu do ar e, no lugar, exibiu um post de 2018 em que Lula compartilhava uma foto do parlamentar sem camisa. A página permaneceu instável até que a equipe técnica do deputado retomou o controle do domínio.


A PF afirma que o ataque não foi isolado. Outros nomes da bancada bolsonarista também tiveram seus sites derrubados: Bia Kicis (DF), Alexandre Ramagem (RJ) e Delegado Paulo Bilynskyj (SP). Em todos os casos, as páginas ficaram indisponíveis por longos períodos.


Nas redes sociais, um perfil anônimo no X (antigo Twitter) assumiu a ação e publicou: “Está proibido ter site se você pertence à bancada do estupro”, em referência ao apoio dos parlamentares ao PL 1.904.


PF aponta ação coordenada e amplia investigações

A PF afirma que os ataques tinham o mesmo padrão técnico, uma enxurrada de acessos artificiais provocou instabilidade nos servidores, impedindo o funcionamento dos sites institucionais.


Com a Operação Intolerans, a Polícia Federal tenta identificar todos os envolvidos, inclusive possíveis articuladores estrangeiros, já que a ação contou com etapas de cooperação internacional.


Por que os deputados foram alvo

O ataque ocorreu no momento de maior tensão nacional em torno do PL do Aborto, quando manifestações tomaram ruas em várias capitais.


O projeto, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), estabelece limite de 22 semanas para a realização de abortos legais, inclusive em casos de estupro, ponto que gerou forte reação social.

Eduardo Bolsonaro, Ramagem, Kicis e Bilynskyj foram alguns dos nomes que se posicionaram publicamente a favor do texto, o que fez deles alvos preferenciais dos ataques.


O que diz o PL 1.904

O projeto equipara a interrupção da gravidez após 22 semanas ao crime de homicídio simples, com pena que varia de seis a 20 anos, punição mais dura que a prevista para o estuprador em diversos cenários, o que gerou críticas de entidades, juristas e movimentos sociais. (Metrópoles)

Reunião de Messias com frente evangélica enfrenta resistência, afirma Viana

Senador afirma que um encontro com parlamentares evangélicos "dificilmente" mudará os votos a favor ou contra o indicado de Lula ao STF

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) afirmou nesta segunda-feira (01) que a frente evangélica do Senado Federal, presidida por ele, não tem aceitado a indicação do ministro da AGU (Advocacia Geral da União), Jorge Messias, para o cargo no STF (Supremo Tribunal Federal).



"Ouvi o pedido dele de um encontro com os senadores e o que tenho feito, primeiro como irmão da fé e segundo como presidente, é conversar com os senadores para ver se eles estão dispostos a se reunirem com o senhor Jorge Messias, pra que possam ouvi-lo", disse Viana.


Segundo o senador, após ligações aos 17 senadores que contemplam a frente evangélica do Senado, a maior parte dos parlamentares não quer encontrar Messias o indicado de presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga de Luiz Roberto Barroso, que se aposentou em outubro.


Para Viana, por uma questão de respeito ao cargo do ministro da AGU e a fé que os senadores compartilham, "seria interessante ouvi-lo e dar oportunidade a ele de falar". Entretanto, o presidente da frente evangélica duvida "muito" que um encontro possa mudar "a decisão de voto de cada um dos senadores".


"Primeiro estou ouvindo os senadores, estou conversando com um por um deles para saber se eles estão dispostos a participar. Até o momento, a maior parte deles não quer, mas há aqueles que estão se colocando a disposição para ouvir".


"Duvido muito que um encontro que possa acontecer vá mudar a decisão de voto de cada um dos senadores", completou o senador.


Segundo Viana, a indicação de Messias tende a intensificar o conflito em torno das emendas parlamentares entre o Legislativo e o Judiciário. Isso ocorre porque, desde o fim de 2024, o STF passou a monitorar de forma mais rigorosa o fluxo dessas emendas, exigindo maior transparência nas transferências.


As ações que questionam as regras de repasses, relatadas pelo ministro Flávio Dino, têm sido um dos principais embates entre os dois poderes, ao colocar sob fiscalização práticas consolidadas no Congresso. Nesse processo, a Advocacia-Geral da União (AGU) tem atuado como uma espécie de auditora, analisando a legalidade e a conformidade das operações, o que reforça ainda mais o atrito entre os poderes.


Para Viana, Messias estaria, assim, enfrentando as consequências da " da desconfiança dos parlamentares a respeito do equilíbrio entre os poderes". (CNN)

PF pede que bombeiros atendam Bolsonaro com “agilidade”. Veja ofício

Em ofício enviado aos bombeiros do DF, a PF pede que, caso sejam acionados para atender Jair Bolsonaro na prisão, façam com “celeridade”

A Polícia Federal (PF) enviou um ofício ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) pedindo que, caso sejam acionados para atender Jair Bolsonaro (PL) na prisão, respondam com “celeridade”.



O documento, obtido pelo Metrópoles, foi enviado ao 15º grupamento do CBMDF, localizado na Asa Sul, na quinta-feira (27/11). A PF argumentou que a solicitação “se dá em razão do estado de saúde” de Bolsonaro. O ex-presidente está preso na Superintendência Regional da Polícia Federal do Distrito Federal. Ele cumpre a pena de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.


Veja os documentos:




Em resposta à PF, o Corpo de Bombeiros afirmou que “todos foram orientados quanto ao procedimento a ser adotado, reforçando a necessidade de atendimento imediato sempre que houver acionamento relacionado ao referido custodiado”.


Em audiência de custódia, o ex-presidente reforçou o quadro de saúde e informou ter sido diagnosticado com doenças e necessitar de tratamento especial devido às seguintes condições:


refluxo;

apneia do sono;

necessidade de alimentação especializada;

apresentação de laudos nos autos da ação sobre suas doenças; e

uso de cinco remédios.

Prisão

Em 25 de novembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o início do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Ele foi considerado o líder da organização criminosa que visava mantê-lo no poder depois das eleições de 2022 e condenado ao cumprimento da pena em regime fechado. (Metrópoles)


O ex-titular do Planalto foi condenado pelos seguintes crimes:


organização criminosa armada;

tentativa de abolição do Estado Democrático;

golpe de Estado;

dano qualificado pela violência;

grave ameaça contra patrimônio da União; e

deterioração de patrimônio tombado.

Pronunciamento de Lula destacará isenção do IR e programas sociais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou um pronunciamento, em cadeia nacional de rádio e televisão, que será veiculado na noite deste domingo (30), às 20h30. Com cerca de 6 minutos de duração, a declaração terá como destaque a sanção da lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil, assinada essa semana.

FOTO - DIVULGAÇÃO

A medida foi uma das principais bandeiras de campanha de Lula nas eleições de 2022 e foi viabilizada a partir da taxação das altas fortunas, buscando corrigir distorções na tributação de renda do país. A isenção do IR começa a valer em janeiro de 2026 e vai beneficiar mais de 15 milhões de brasileiros, segundo projeções do Ministério da Fazenda.

Repetindo o mesmo cenário do pronunciamento por ocasião do Dia da Independência, Lula gravou o novo vídeo diante de sua mesa de trabalho, no gabinete do Palácio do Planalto, tendo a bandeira nacional e um quadro do mapa-múndi ao fundo. A escolha do presidente busca refletir a imagem de um estadista e de um líder mundial com forte atuação no cenário global.

No pronunciamento, além de destacar a promessa cumprida e os impactos sociais da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, e descontos para quem ganha até R$ 7.350, o presidente enumera a retomada de programas sociais e a recuperação da economia do país, que exibe os menores índices de desemprego da série histórica, além de registrar taxas de crescimento superiores à média dos países do continente.

Lula permanece na capital federal e não tem agenda pública neste fim de semana. Já ao longo da próxima semana, o presidente tem previsão de cumprir uma série de compromissos públicos, incluindo cerimônia de inauguração de barragens no interior de Pernambuco e solenidade de entrega das primeiras unidades da Carteira Nacional Docente do Brasil e de equipamentos do Programa Mais Professores, esta no Ceará.

AGENCIA BRASIL.

Eduardo Bolsonaro volta a atacar Tarcísio de Freitas

Deputado publicou em uma rede social que "Tarcísio é o candidato que o sistema quer" e questiona postura do governador de São Paulo; apuração é de Pedro Venceslau para o CNN 360º

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou suas críticas ao governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) nas redes sociais, mantendo o tom de confronto apesar dos pedidos de moderação de aliados políticos. Em nova manifestação no Instagram, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez declarações contundentes sobre Tarcísio. A apuração é do analista de Política Pedro Venceslau para o CNN 360º.



Na publicação, Eduardo declarou que "Tarcísio é o candidato que o sistema quer" e afirmou que sempre será claro com seus eleitores e apoiadores. O deputado também questionou a postura do governador, sugerindo que "uma pessoa de princípios deveria ser a primeira a recusar a candidatura para qualquer cargo".


As críticas persistem mesmo após tentativas de intermediação, incluindo uma viagem do líder do PL, Sóstenes Cavalcante, aos Estados Unidos para dialogar com Eduardo Bolsonaro sobre os ataques aos governadores da direita.


Segundo Venceslau, fontes próximas ao governador paulista indicam que estes ataques têm gerado insegurança quanto a possíveis disputas eleitorais futuras.


A situação tem causado preocupação entre parlamentares do PL não alinhados a Eduardo. Venceslau explica que análises internas do partido sugerem que estas ações podem estar relacionadas a uma estratégia de manutenção do controle sobre o espectro político da direita, mesmo que isso signifique comprometer potenciais vitórias eleitorais.


Tarcísio tem mantido sua postura de não responder aos ataques, evitando alimentar o confronto. No entanto, o clima de divisão gerado por estas manifestações públicas tem sido visto como potencialmente prejudicial para a articulação política do campo conservador. (CNN)

Messias pede a senadores que convençam Alcolumbre a recebê-lo para reunião

Ministro quer distensionar a relação com presidente do Senado, que é contra sua escolha e trabalha pela indicação de Rodrigo Pacheco

O ministro Jorge Messias, da AGU (Advocacia-Geral da União), tem solicitado a senadores com quem tem dialogado que convençam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a recebê-lo para uma conversa.



Messias foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) na vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. A sabatina está marcada para o dia 10 de dezembro.


O ministro quer distensionar a relação com Alcolumbre, que é contra sua escolha e ainda trabalha pela indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O presidente do Senado ficou irritado por não ter sido informado previamente do anúncio de Messias ao STF.


Pacheco receberá Messias para uma conversa na próxima semana. O senador, que foi preterido por Lula, tem sinalizado que a situação é passado e não demonstra resistência em conversar com Messias.


Alcolumbre ainda não recebeu pessoalmente o ministro nem atendeu aos telefonemas feitos por Messias. Em um esforço para quebrar a resistência do presidente do Senado, Lula considera entregar pessoalmente, na próxima semana, a mensagem de indicação de Messias a Alcolumbre. (Fonte: CNN)

Lei sancionada por governador interino garante equipe de segurança a ex-governadores de Rondônia

O governador interino, desembargador Raduan Miguel Filho, sancionou uma lei que assegura a ex-governadores o direito de contar com seis policiais militares para segurança institucional. A norma entrou em vigor no dia 26 de novembro, após publicação no Diário Oficial.

FOTO - REPRODUÇÃO

Raduan assumiu o Executivo por cinco dias devido à viagem do governador Marcos Rocha. O vice-governador está de atestado médico, e o presidente da Assembleia Legislativa também se encontra fora do estado, o que o colocou na linha sucessória.

A nova lei estabelece que somente ex-governadores que exerceram o cargo por, no mínimo, quatro anos consecutivos terão direito ao benefício. 

Ficam excluídos aqueles que fixarem residência fora de Rondônia, forem eleitos para outros cargos ou tiverem condenação penal definitiva.

De acordo com a norma, a equipe será formada por servidores da Casa Militar: quatro policiais para segurança e apoio pessoal, além de dois motoristas capacitados com curso específico para condução de autoridades. 

O ex-governador poderá ainda escolher os agentes que irão compor sua equipe de atendimento.

Congresso derrota Lula e derruba vetos sobre licenciamento ambiental

Análise dos vetos de Lula se dá em meio ao estremecimento na relação entre o Executivo e o Legislativo

O Congresso Nacional derrubou, nesta quinta-feira (27/11), vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Licenciamento Ambiental. Além deles, deputados e senadores também decidiram retomar trechos do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) que haviam sido vetados pelo Palácio do Planalto. Ao todo, os parlamentares derrubaram mais de 35 vetos e há ainda 28 destaques.



A análise dos vetos se dá em meio à piora na relação entre o Executivo e o Legislativo. O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), convocou a sessão na terça-feira (25/11), em meio ao pé de guerra com Lula ao ser contrariado na indicação ao Supremo Tribunal Federal. O petista decidiu indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, contrariando o senador, que queria emplacar seu antecessor, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).


Além de Alcolumbre, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também não está em bons termos com o Planalto. O deputado rompeu com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ), após sucessivos desgastes em pautas sensíveis ao centrão.


Pequena vitória do governo

No Licenciamento Ambiental, os parlamentares e os líderes do governo entraram em acordo para sobrestar, ou seja, não deliberar e manter, os vetos referentes à Licença Ambiental Especial (LAE), pois o assunto ainda está sob discussão em uma medida provisória enviada por Lula para compensar o veto. O relator da MP, o deputado Zé Vitor (PL-MG), deverá apresentar seu parecer para ser votado já na próxima semana.


Na noite de quarta-feira (26/11), o governo se manifestou a favor da manutenção integral dos vetos de Lula ao Licenciamento Ambiental. A legislação como foi aprovada pelo Congresso é apontada como uma fragilização do controle de proteção ambiental por especialistas. O governo adiou a discussão dos vetos sucessivamente em decorrência da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).


“Os vetos foram estabelecidos com base em avaliações técnicas e jurídicas criteriosas, com a participação da comunidade científica, ouvindo diversos setores da sociedade. O Governo do Brasil agiu dessa forma considerando o preocupante cenário de desastres climáticos extremos, que impõem riscos às famílias, à economia e ao meio ambiente. A eventual derrubada dos vetos pode trazer efeitos imediatos e de difícil reversão”, diz a nota.


Já no Propag, os trechos derrubados foram acordados entre o governo, Estados e a Câmara. O entendimento foi costurado pelo líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), que se reuniu com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), representando os Estados, e com o líder do PP na Câmara, Dr. Luizinho (RJ), representando a Casa. O governador, gujo Estado é um dos maiores devedores da União, esteve presente na sessão do Congresso.


Entre os trechos reinstaurados estão regras mais flexíveis para o pagamento de dívidas para Estados em situação de calamidade pública e a autorização do uso do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FND) para o abatimento das dívidas. Também retomaram a possibilidade da dedução da dívida o montante equivalente aos recursos transferidos pelos entes federados para execução de obras de responsabilidade da União. (metrópoles)

Senado aprova projeto que torna crime barricadas para cometer crimes

Texto volta para análise da Câmara dos Deputados

O Senado aprovou nesta quarta-feira (26) o projeto de Lei (PL) 3191/24 que torna crime o bloqueio de ruas com barricadas para cometer ou ocultar outros crimes.



Como o texto teve origem na Câmara dos Deputados e foi modificado no Senado, ele retorna para nova análise da Câmara. Caso vá à sanção presidencial, a prática será considerada crime contra a administração da Justiça.


A proposta altera o Código Penal para estabelecer a pena de três a cinco anos de prisão e multa para quem obstruir vias públicas ou privadas com barricadas ou qualquer outro tipo de obstáculo e também para quem dificultar a livre circulação de pessoas, bens ou serviços, ou a atuação das forças de segurança pública. 


Segundo o projeto, passeatas e manifestações políticas com propósitos sociais não se enquadram na nova tipificação, ou seja, a manifestação crítica ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais não serão considerados crime.


“Obviamente, uma manifestação social, como movimento reivindicatório ou paredista, não poderia constituir crime, até porque, nesse caso, a obstrução da via não terá o objetivo de cometer ou ocultar crimes”, explicou o relator do projeto, senador Carlos Portinho (PL-RJ). (Agência Brasil)

Sabatina de Jorge Messias para o STF é marcada pelo Senado para dezembro

Brasil – O presidente da CCJ (Comissão da Constituição e Justiça) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), anunciou nesta terça-feira (25), que a sabatina de Jorge Messias será realizada no dia 10 de dezembro. O advogado-geral da União foi indicado para vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).



A data da sabatina foi acordada com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Otto Alencar decidiu designar como relator da indicação o senador Weverton Rocha (PDT-MA). Após a sabatina e a votação no colegiado, a indicação deverá ser analisada no plenário.


“No dia 10 será feita a sabatina, dentro da Comissão de Constituição e Justiça e, posteriormente, como tem acontecido, será conduzido ao plenário do Senado Federal. E eu designei como relator o senador Weverton Rocha”, disse Otto em declaração a jornalista ao lado de Alcolumbre, no Senado.


Segundo Otto, a mensagem presidencial com o nome de Messias deve ser lida no dia 3 de dezembro na comissão. Em seguida, deverá ser concedido prazo de vista (mais tempo para análise) e, depois, realizada a sabatina no dia 10.


Até a votação na CCJ, Messias deve buscar conversar com senadores fazendo o chamado “beija-mão”, com périplo por gabinetes para consolidar apoio e até mesmo virar votos. Na segunda-feira (24), em aceno a Alcolumbre, Messias divulgou nota em que elogiou o presidente do Senado, por quem afirmou ter “grande admiração e apreço”.


Alcolumbre, no entanto, era o principal fiador da indicação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga. A data acordada por ele para o sabatina contraria integrantes da base governistas. O governo esperava mais tempo para buscar apoio para Messias e minimizar o risco de rejeição.


Messias é a terceira indicação de Lula ao STF no atual mandato. Os outros dois foram Flávio Dino, para o lugar de Rosa Weber; e Cristiano Zanin, que substituiu Ricardo Lewandowski.

Assembleia autoriza realocação de R$ 5 milhões para manter operações da PMRO em 2025

Remanejamento assegura o funcionamento da corporação até o fim do ano.


A Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) aprovou, na sessão da última terça-feira (25), o Projeto de Lei Ordinária (PLO) 1185/2025, que autoriza a abertura de crédito adicional suplementar por anulação, no valor de até R$ 5 milhões, destinados à Polícia Militar (PM). A matéria recebeu parecer favorável do deputado Eyder Brasil (PL).

Na proposta encaminhada ao Parlamento, o governador Marcos Rocha (União Brasil) a realocação de recursos das unidades orçamentárias da Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) e da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri). O montante será transferido para o orçamento da PMRO, com a finalidade de garantir cobertura financeira às atividades da corporação até o fim deste exercício e se destina à manutenção das ações ordinárias e operacionais militares, assegurando continuidade nos serviços de segurança pública.

Os recursos serão aplicados no pagamento de diárias militares utilizadas em deslocamentos para policiamento geral e operações fora do Programa Aliança Pela Vida. Também estão previstos gastos com passagens aéreas para missões administrativas e operacionais, aquisição de medalhas institucionais para reconhecimento de serviços prestados, além do custeio de despesas essenciais e locações vinculadas à Coordenadoria de Planejamento, Orçamento e Finanças (CPOF), à Corregedoria-Geral, à Coordenadoria de Saúde e ao Batalhão de Polícia de Trânsito Aéreo Rodoviário (BPTAR). O projeto inclui ainda a aquisição de mobiliário para uso administrativo e operacional.

Na mensagem, o governador argumenta que a aprovação do crédito suplementar é imprescindível para evitar prejuízos à capacidade operacional da corporação, mantendo o funcionamento das estruturas administrativas, o policiamento preventivo e a prestação de serviços essenciais à população. Segundo o documento, a ausência da autorização poderia comprometer a eficiência das ações de segurança pública em todo o estado.

As sessões da Assembleia Legislativa podem ser acompanhadas presencialmente ou pelos canais da TV Assembleia (7.2) e YouTube. Mais informações sobre os projetos e as votações estão disponíveis no Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (Sapl) e no site oficial da Alero.

Texto: Elianio Nascimento I Jornalista Secom ALE/RO

Foto: Thyago Lorentz I Secom ALE/RO

Lula sanciona isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta quarta-feira (26), a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e o aumento da taxação para altas rendas. Uma das principais bandeiras de campanha de Lula em 2022, a medida começa a valer a partir de janeiro do ano que vem e deve beneficiar mais de 15 milhões de brasileiros.

FOTO - REPRODUÇÃO

Em discurso sobre justiça social e combate à desigualdade, Lula destacou que não existe “sociedade igualitária”, mas que é preciso governar para aqueles que precisam do Estado. Ele reafirmou que o crescimento econômico do país tem por base o consumo da população.

“A economia não cresce por conta do tamanho da conta bancária de ninguém, a economia cresce por conta do consumo que a sociedade pode ter a partir dos alimentos”, disse.

“E o rico não fica mais pobre. Se o pobre consome mais, o rico vai ficar mais rico. O rico vai vender mais carne, mais roupa, vai vender mais carro. É isso que as pessoas precisam compreender para se fazer economia”, acrescentou o presidente.

Lula repetiu uma frase recorrente em seus discursos, - a de que “muito dinheiro na mão de poucos significa miséria, mas pouco dinheiro na mão de muitos significa distribuição de riqueza”.

“Se você pegar R$ 10 milhões e der para uma pessoa, aquele dinheiro vai virar uma conta bancária e ele vai viver de juros. Pega esses R$ 10 milhões e divide para mil pessoas; aquele dinheiro vai virar alimento, roupa, caderno, vai virar alguma coisa que faz a economia circular e é isso que faz a economia crescer”, explicou.

A nova lei, aprovada por unanimidade pelo Congresso, estabelece ainda descontos no imposto para pessoas que ganham entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350. Atualmente, a isenção do IR alcança apenas quem ganha até dois salários mínimos.

Dos novos beneficiados, 10 milhões deixarão de pagar o tributo e 5 milhões terão redução no valor devido.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil lei afirmam que a lei tem potencial redistributivo, ela aumentará o consumo das famílias, poderá diminuir o endividamento e impactará positivamente no crescimento da economia.

Na prática, a nova isenção terá impacto na declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2027, ano-base 2026. 


Tabela do IR

Não houve, entretanto, uma correção da tabela do IR, apenas a aplicação da isenção e descontos para essas novas faixas de renda. Uma eventual correção de toda a tabela custaria mais de R$ 100 bilhões por ano, segundo cálculos do governo.

Então, mesmo com a nova lei, quem ganha mais de R$ 7.350 continuará pagando 27,5% de Imposto de Renda.

Atualmente, a tabela do Imposto de Renda acumula defasagem média de 154,67% de 1996 a 2024, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A última correção parcial em todas as faixas de renda ocorreu em 2015.

Desde 2023, o governo tem garantido a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos, mas isso só beneficia a faixa inferior da tabela. No total, a tabela tem cinco alíquotas: de zero, 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%.

Mais ricos

Para compensar a perda de arrecadação, o texto prevê uma alíquota extra progressiva de até 10% para aqueles que recebem mais de R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil por mês), cerca de 140 mil contribuintes. Para quem já paga 10% ou mais, não muda nada.

Hoje, contribuintes pessoas físicas de alta renda recolhem, em média, uma alíquota efetiva de 2,5% de IR sobre seus rendimentos totais, incluindo distribuição de lucros e dividendos. Enquanto isso, trabalhadores em geral pagam, em média, 9% a 11% de IR sobre seus ganhos.

Alguns tipos de rendimentos não entram nessa conta, como ganhos de capital, heranças, doações, rendimentos recebidos acumuladamente, além de aplicações isentas, poupança, aposentadorias por moléstia grave e indenizações. A lei também define limites para evitar que a soma dos impostos pagos pela empresa e pelo contribuinte ultrapasse percentuais fixados para empresas financeiras e não financeiras. Caso isso ocorra, haverá restituição na declaração anual.

A nova lei também estabelece a tributação para lucros e dividendos remetidos para o exterior com alíquota de 10%.

Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que essa é uma lei neutra do ponto de vista fiscal, já que o “andar de cima” vai pagar pela compensação. “Quando se fala em ajuste de conta, todo mundo arrepia e com razão, porque todas as vezes que se fez um ajuste nas contas, se fez no lombo dos mais pobres”, disse.

“Desta vez, nós resolvemos fazer diferente. Esse projeto é neutro do ponto de vista fiscal. Mas tudo que nós fizemos para ajustar as contas e que causa certa revolta em algumas pessoas, é que o andar de cima foi convidado a fazer o ajuste. Não foi o andar de baixo”, acrescentou Haddad.

Confira as informações no Repórter Brasil Tarde, da TV Brasil
Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil.

Prisão de Bolsonaro eleva pressão sobre candidatura de Tarcísio

Enfraquecimento de Flávio Bolsonaro volta a empolgar centrão para união com Tarcísio. Governador mantém cautela

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ampliou a pressão para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desista da reeleição e embarque na eleição presidencial em 2026. O governador, porém, mantém a cautela diante de um cenário ainda nebuloso.



Tarcísio é considerado por partidos da centro-direita o único capaz de vencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano que vem. No entanto, a família Bolsonaro resiste a ungir o governador como candidato na tentativa de controlar o espólio do patriarca, e já fez dele alvo de fogo amigo diversas vezes.


No entanto, os acontecimentos que envolveram a prisão do ex-presidente enfraqueceram esse núcleo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) entrou na mira do Supremo Tribunal Federal (STF) ao organizar uma vigília no condomínio do pai, o que levantou o alerta de um possível plano de fuga durante um tumulto. Esse foi um dos pontos citados pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, para justificar o envio do ex-presidente ao regime fechado.


Flávio vinha sendo apontado como uma alternativa para representar a família como cabeça de chapa, em um cenário em que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) acabou se inviabilizando pela atuação vista como atabalhoada nos Estados Unidos.


Outro ponto que desidratou o poder de barganha da família foi o vídeo em que Bolsonaro aparece admitindo ter usado um ferro de solda na tornozeleira eletrônica. As imagens dificultam a versão de que a prisão ocorreu devido a um abuso de Alexandre de Moraes, uma vez que é uma violação evidente de uma medida cautelar.


União da direita

Os líderes dos partidos de centro-direita e do chamado centrão argumentam que a melhor chance de Bolsonaro voltar à liberdade é justamente via Tarcísio de Freitas. “É obvio que tentar liberar o Bolsonaro é legítimo e correto, mas a família será pragmática no final do dia. Se é que tem alguém com possibilidade de dar indulto para o Bolsonaro, então seria o Tarcísio”, afirmou um dirigente de um dos partidos apoiadores de Tarcísio.


A avaliação dos líderes partidários é que apenas Tarcísio conseguiria unir a direita, fazendo com que os demais governadores desse espectro político se juntassem ao projeto presidencial encabeçado por ele.


O governador, por sua vez, vem oscilando ao longo do ano, entre momentos com um discurso mais nacionalizado e aqueles de recolhimento em temas do dia a dia do Palácio dos Bandeirantes. Ao longo desse processo, já foi alvo de Eduardo Bolsonaro algumas vezes.


Cautela

A imprevisibilidade da família Bolsonaro é um dos pontos que faz com que Tarcísio mantenha cautela. Isso porque o governador tem uma reeleição considerada como certa no estado, enquanto já enfrentaria um cenário em que Lula terá a máquina do governo federal nas mãos e vive um cenário de recuperação da popularidade após atuação no imbróglio do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.


Pesquisas internas avaliadas pela equipe de Tarcísio costumam ter grandes oscilações, dependendo da semana, com situações de desvantagem para o mandatário paulista e até de situações de empate técnico.


A reportagem conversou com pessoas próximas ao governador, que afirmam que ele segue dizendo que não costuma ceder a pressões e hoje estaria mais propenso à reeleição. Um grupo do entorno de Tarcísio considera que, diante de um quadro tão volátil, o governador renunciar ao cargo para tentar a Presidência da República seria um “all in”, uma expressão do pôquer que significa apostar tudo em uma única rodada. Uma metáfora vocalizada com frequência é o medo de que o governador vire “um novo João Doria”, ex-governador visto como alguém que acabou fora da política após movimentos afoitos na tentativa de virar presidente.


O entorno do governador ainda acredita que Tarcísio, com 50 anos, é jovem para a política e seria mais prudente esperar até 2030 para enfrentar um adversário mais fraco que Lula. Para começar a valer a pena correr o risco, Tarcísio teria de ser ungido por Bolsonaro, com o compromisso de que não sofreria mais ataques de seus filhos. (Metrópoles)

Crise de cúpulas do Congresso com líderes do PT desafia Planalto

Receio de governistas é que o clima comprometa a votação de pautas importantes para o governo, como o Orçamento

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encara um dos maiores desafios institucionais do ano: os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tiveram desentendimentos com os líderes do PT nas duas Casas. O receio de governistas ouvidos pelo Metrópoles é que o clima comprometa a votação de pautas importantes para o Executivo, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) no Congresso.



Enquanto na Câmara Lindbergh Farias (RJ), de perfil firme e combativo, não recua nas críticas às decisões de Motta, no Senado Jaques Wagner (BA), mais conciliador, se vê em impasse com Alcolumbre por uma escolha de Lula.


Agora, cabe aos líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE), trabalhar pelo apaziguamento das relações.


Alcolumbre se chateia

Na Casa Alta, o clima era de lua de mel até bem recentemente. O presidente do Senado evitava críticas públicas a Lula e mantinha intactas duas indicações ao governo: Lucas Felipe de Oliveira, à frente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), e Waldez Góes, no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.


O Senado deu seu aval ao projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil por mês e tributa as altas rendas em ritmo relativamente rápido, se comparado à tramitação na Câmara. A medida, promessa de campanha de Lula, tinha prioridade de aprovação ainda neste ano, para entrar em vigor em 2026 e se tornar um trunfo do PT na corrida pela reeleição.


Entre a entrega pelo governo, em 18 de março, e a aprovação na Câmara, passaram-se 197 dias. Já do momento em que a Câmara aprovou o texto, em 1º de outubro, até o aval do Senado, em 5 de novembro, se passaram 35 dias.


A desilusão de Alcolumbre veio da indicação de Lula para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria do ex-ministro Luís Roberto Barroso. O presidente escolheu seu aliado, o advogado-geral da União Jorge Messias, em vez do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), próximo do chefe do Senado.


Cabe ao Senado analisar a indicação de Messias ao Supremo. Primeiro, o advogado-geral passará por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovado pelo colegiado, seu nome seguirá para votação no plenário da Casa.


Lula até segurou o anúncio para azeitar a relação. Chamou Pacheco para um jantar e disse que estaria disposto a apoiá-lo nas eleições ao governo de Minas Gerais, mas o senador respondeu que pretende deixar a política em 2026.


Em 20 de novembro, quando Lula formalizou a escolha, Alcolumbre disse a aliados que o chefe do Executivo não o havia procurado para comunicar a decisão. Divulgou uma nota à imprensa e anunciou a votação do projeto de lei que cria aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e de combate às endemias.


A proposta não tem estimativa de impacto orçamentário, mas deve gerar efeito significativo nas contas públicas. (Metrópoles)


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