Motorista que matou mulher trans de 18 anos foi indiciado e preso preventivamente quatro dias após o crime; deputada Érika Hilton denuncia conduta da polícia
Brasil - Quatro dias após a morte de Rhianna Alves, mulher trans de 18 anos estrangulada durante uma viagem entre Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, o principal suspeito, um motorista de aplicativo, tornou-se réu e teve a prisão preventiva decretada. A decisão do Judiciário foi cumprida nesta quarta-feira (10), após o MPBA (Ministério Público da Bahia) oferecer denúncia por feminicídio, acolhida pela Justiça.
A morte de Rhianna ocorreu na noite do último sábado (6). Segundo informações confirmadas pela PCBA (Polícia Civil da Bahia), a jovem foi morta por estrangulamento, com um golpe conhecido como “mata-leão”. Depois do crime, o homem levou o corpo até a porta da delegacia dentro do próprio veículo, foi ouvido e liberado em seguida.
À época, a corporação informou que ele permaneceria solto por ter se apresentado espontaneamente e confessado o assassinato.
Em depoimento, o motorista afirmou que contratou Rhianna para um programa sexual, mas que houve um desentendimento durante a viagem após a jovem ameaçá-lo de expor o caso e dizer que teria sido estuprada por ele. O homem relatou que, diante da discussão, aplicou o golpe que resultou na morte da jovem. A PCBA abriu inquérito, expedindo guias periciais e dando início à coleta de depoimentos e demais diligências.
A investigação foi conduzida pelo Núcleo de Homicídios da Delegacia Territorial de Luís Eduardo Magalhães, que indiciou o suspeito por feminicídio. Segundo o coordenador regional de Barreiras, delegado Leonardo Mendes Júnior, a prisão preventiva só foi solicitada após a consolidação de todos os elementos probatórios necessários para sustentar o pedido judicial.
“Priorizamos reforçar o procedimento para garantir a retirada do acusado do convívio social, complementando as informações coletadas desde o início da ocorrência”, afirmou.
O cumprimento da prisão ocorreu no município de Serrinha, em uma operação conjunta que envolveu equipes da 11ª Coorpin (Barreiras), do GATTI/Serrinha e do próprio Núcleo de Homicídios de Luís Eduardo Magalhães.
De acordo com a Polícia Civil da Bahia, após ser detido, o réu foi encaminhado a uma unidade policial e deve fazer exames no Departamento de Polícia Técnica (DPT). Ele segue à disposição da Justiça e passará por audiência de custódia nos próximos dias.
O caso gerou repercussão nacional. A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) afirmou, na última segunda-feira (8), ter denunciado o suspeito e o delegado responsável ao Ministério Público da Bahia, além de solicitar esclarecimentos à Polícia Civil, à Secretaria de Segurança Pública e ao governo estadual. Segundo a deputada, a liberação do homem após a confissão do crime representa um exemplo de transfobia institucionalizada, ressaltando que a ação do delegado de não realizar a prisão imediata em flagrante gerou indignação e exige investigação.
A reportagem solicitou posicionamento à Polícia Civil da Bahia sobre a denúncia da deputada e aguarda retorno. (CNN)






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