Tensão entre os países aumentou após o massacre de 26 pessoas na Caxemira em abril, o que motivou os ataques da Índia na quarta-feira
A Índia anunciou ataques militares ao Paquistão na quarta-feira (6), enquanto Islamabad alegou ter derrubado cinco jatos da Força Aérea Indiana. O aumento da tensão entre os dois países pode levar à escalada de um conflito maior.
A comunidade internacional pede moderação, mas o Paquistão promete retaliar os ataques indianos. Nova Déli, por sua vez, afirmou que agiu em resposta ao massacre de 26 pessoas em abril em um local nas montanhas da Caxemira — a maioria turistas indianos.
Por se tratar de uma região de fronteira disputada, a Índia culpou o Paquistão pelo ataque. Islamabad negou participação.
Segundo o governo indiano, a operação de 25 minutos teve como alvo “infraestrutura terrorista” pertencente a dois grupos militantes – Lashkar-e-Tayyiba e Jaish-e-Mohammed.
O nome “Sindoor” parece ser uma referência a um pó que muitas mulheres hindus usam na testa após o casamento. O massacre de turistas em abril – que teve homens como vítimas – deixou várias indianas viúvas.
Por sua vez, o Paquistão diz que civis foram mortos e mesquitas foram atingidas na Operação Sindoor. O site ainda não verificou essas alegações.
Um porta-voz militar paquistanês disse que seis locais foram atingidos com 24 ataques, sendo que alguns atingiram a densamente povoada província de Punjab, segundo o exército paquistanês.
Segundo Islamabad, foram os ataques mais intensos que a Índia já fez no Paquistão desde 1971, quando os dois países travaram uma de suas quatro guerras.
Não houve a divulgação de detalhes sobre onde ou como os jatos foram abatidos, mas Islamabad disse que três jatos Rafale estavam entre eles. Os caças Rafale da Índia são ativos militares valiosos que o país comprou da França há apenas alguns anos.
A Índia não confirmou a perda de nenhum avião. O site não conseguiu verificar a informação e entrou em contato com o governo e o exército indianos para obter comentários.
Uma testemunha ocular e autoridade do governo local disse que uma aeronave não identificada caiu na vila de Wuyan, na Caxemira administrada pela Índia. Fotos publicadas pela agência de notícias AFP mostraram destroços da aeronave em um campo ao lado de um prédio de tijolos vermelhos.
O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, disse na quarta-feira que o país “tem todo o direito” de responder, chamando as ações da Índia de um “ato de guerra”.
Sharif pediu às Forças Armadas do Paquistão que “vinguem a perda de vidas paquistanesas inocentes”, após uma reunião de emergência do Comitê de Segurança Nacional (NSC) logo após o ataque.
O tenente-general Ahmed Sharif Chaudhry, porta-voz do exército do Paquistão, disse que entre os mortos estão adolescentes e crianças — a mais nova tinha três anos.
Oito civis na Caxemira administrada pela Índia também foram mortos por bombardeios de tropas paquistanesas do outro lado da fronteira, de acordo com uma fonte de defesa indiana ao site.
Autoridades na Caxemira administrada pela Índia ordenaram que os cidadãos evacuem áreas consideradas perigosas, dizendo que acomodação, comida e remédios serão fornecidos.
Os ataques interromperam voos, com o Paquistão fechando partes de seu espaço aéreo. Várias companhias aéreas internacionais estão evitando voar sobre o Paquistão, enquanto companhias aéreas indianas informaram que houve voos interrompidos e aeroportos fechados no norte do país.
As duas nações que emergiram da sangrenta partição da Índia Britânica — a Índia de maioria hindu e o Paquistão de maioria muçulmana — reivindicam a Caxemira integralmente e, meses após se tornarem independentes, travaram a primeira de três guerras pelo território.
Agora, a região é dividida e um dos lugares mais militarizados do mundo.
A Índia acusa há muito tempo o Paquistão de abrigar grupos militantes que realizam ataques através da fronteira, o que Islamabad nega há muito tempo.
O massacre no ponto turístico de Pahalgam em abril provocou revolta generalizada na Índia, colocando forte pressão sobre o governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi.
A Índia imediatamente culpou Islamabad, o que desencadeou medidas retaliatórias nas quais ambos os países rebaixaram laços e cancelaram vistos para os cidadãos do outro lado. Além disso, a Índia se retirou de um importante tratado de compartilhamento de água.
Os dois países se enfrentaram diversas vezes, mais recentemente em 2019, quando a Índia realizou ataques aéreos no Paquistão após culpar Islamabad por um ataque suicida com carro-bomba na região.
Ainda assim, esses confrontos recentes não escalaram para uma guerra de fato. Os dois lados estão cientes dos riscos: desde 1999, eles têm trabalhado para fortalecer as forças armadas, inclusive com armas nucleares.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou “profunda preocupação” com os ataques da Índia, alertando que o mundo “não pode se dar ao luxo de um confronto militar” entre as duas nações.
Os Estados Unidos — que pediram moderação aos dois países na semana passada — disseram que estavam “monitorando de perto os acontecimentos”, de acordo com um porta-voz do Departamento de Estado.
“Estamos cientes dos relatos, mas não temos nenhuma avaliação a oferecer neste momento”, disse o porta-voz na terça-feira. “Esta continua sendo uma situação em evolução, e estamos monitorando de perto os desdobramentos.”
Os Emirados Árabes Unidos, a China e o Japão também pediram que ambos os lados reduzissem a tensão.
Um funcionário do governo indiano disse ao site que Nova Déli informou os colegas internacionais sobre as medidas tomadas — incluindo EUA, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Arábia Saudita e Rússia. (CNN BRASIL)
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