Promovida pelo escritor Lucão, uma das formações abordará como perder o medo de escrever.
O ano era 1992 e não havia Instagram
para os poetas reverberarem suas obras. Mesmo assim, a poesia modernista, que
teve como marco a Semana de Arte Moderna de 1922, deu as caras com força
no período marcando gerações de artistas até hoje. Fazer um passeio estético
pelo movimento modernista não só na poesia, apresentando ferramentas de
leitura, análise e interpretação de manifestos, poemas, conferências e outros
textos do movimento é uma das missões do curso gratuito e on-line 100 Anos de Poesia
Modernista. As inscrições já começaram e seguem abertas até o dia 25 de março
através do link https://bit.ly/3HSF6fi.
Concebido e guiado por Felipe Neiva, poeta, professor e mestre em Teoria Literária pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), o curso vai apresentar elementos que buscam facilitar a compreensão dos processos plurais e, muitas vezes, contraditórios da poética modernista. O foco é na primeira geração do movimento (1922-1930) e em autores como Manuel Bandeira, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto, Raul Bopp, Luiz Aranha, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Murilo Mendes, Movimentos posteriores, como o Concretismo, o Tropicalismo e até mesmo a poesia contemporânea também serão também temas da formação.
“Essas composições e seus estilos impactaram, de forma direta ou indireta, a escrita desses poetas e funcionarão como uma forma de enriquecer o repertório sonoro e de ampliar a experiência com os textos poéticos”, diz Neiva, cujo interesse pelo modernismo surgiu ainda na adolescência, à luz dos tropicalistas.
O curso faz parte de uma extensa
programação comemorativa do centenário da Semana de Arte Moderna de 22. A
formação é direcionada prioritariamente a professores, bibliotecários e
mediadores de leitura, mas também é aberta estudantes do ensino fundamental e
médio e graduação, artistas e demais interessados no
tema.
“O curso integra as comemorações, mas
sem um olhar ufanista, e sim a partir de uma postura crítica que nos permita
pensar as contradições, abraçar o que é difícil e tornar essa discussão
acessível para o maior número de pessoas interessadas em pensar nossa cultura e
arte”, explica o professor.
Serão cinco aulas transmitidas pelo
YouTube, de forma assíncrona, de 29 de março a 26 de abril. Toda terça-feira,
às 18h, será disponibilizada uma nova aula, que poderá ser acessada pelo
público a qualquer momento. O curso terá duração total de 7,5 horas e as
pessoas inscritas que completarem 70% da carga horária oferecida terão direito
a um certificado de participação. Como a poesia lírica – sobretudo a do início
do século XX – é inseparável da música, cada aula ganhará uma playlist no
Spotify, na qual composições representativas daquele período serão
apresentadas, a exemplo da música popular brasileira (que influenciou
Villa-Lobos) e da música de vanguarda europeia (dodecafonismo, futurismo, entre
outros).
A iniciativa 100 Anos de Poesia
Modernista foi contemplada pelo Prêmio Riachão - Projetos de Pequeno Porte, da
Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei
Emergencial Cultural Aldir Blanc, destinado pela Secretaria Especial da Cultura
do Ministério do Turismo, Governo Federal.
Poesia em todos os cantos
Autor de Poemas Para Respirar
Debaixo D'água (2021), Amores ao Sol (2018), Telegramas
(2016) e outras obras o escritor Lucão cativa quase 500 mil pessoas no Instagram com poesias e textos suscintos que
vão direto ao ponto, mas com uma baita dose de reflexão para além de um simples
like. O trabalho dele não para por aí. O poeta, que com sua escrita mexe
com o que tem dentro dos seus leitores, utiliza a internet apenas como um canal
de disseminação de suas obras e não se limita à classificação de “instapoetas”,
sendo antes disso um escritor.
“O Instagram é uma ferramenta de
divulgação, não como um lugar de obra. Pensar nisso me ajuda muito a produzir
um material autêntico e original meu mesmo. Acredito que assim como não existe
instamédico, instaadvogado ou instaenfermeiro, não existe o instapoeta. Existe
um poeta que ocupa as redes como qualquer pessoa. Se o cara é um instapoeta,
ele não é um poeta, apenas um trabalhador da plataforma", brinca o
escritor que começou a se aventurar na escrita ainda adolescente para suprir
uma paixão própria pelas palavras e literatura. Antes de alcançar os leitores,
Lucão escreve para si mesmo.
“Escrevo para satisfazer uma paixão
muito grande que é minha e que é íntima. Eu fico muito feliz que as pessoas
gostam do resultado disso e se tornam leitores do que eu faço para mim. Tudo
que me comove e me deixa emocionado – e eu sou bastante emocionado mesmo! – me
estimula a escrever. Vem dos meus sentimentos, da minha família, vem das
relações que tenho e, não digo só de relações românticas, mas do meu
relacionamento com as pessoas”, ressalta.
Lucão brinca com as palavras e seus
variados significados criando outros tantos. A síntese em seus textos se
contrapõe à generosidade com que compartilha suas criações e processos com seus
leitores e admiradores. Por meio de aulas livres, cursos e mentorias, o autor
busca acompanhar outras pessoas que desejam exercitar o dom ou simplesmente
destravar o processo de escrita. Na próxima terça-feira, dia 22, o escritor vai
reunir interessados nesse universo na aula gratuita “Brincar com as palavras:
um caminho para o desbloqueio”. Nela, promete contar como ideias
despretensiosas de coisas do seu cotidiano já viraram poemas, crônicas e até
livros.
“O objetivo
é ajudar as pessoas a sofrer menos e se divertirem mais quando forem escrever.
Muitas pessoas não conseguem escrever porque travam com medo da primeira linha
ou de serem julgadas. Então, essa aula é para ensinar aprender se divertindo,
brincando com as palavras e seus significados ou fazendo joguinhos de palavras
que deem em algum versinho”, explica. O encontro vai ser ao vivo, através da
plataforma Zoom, às 20 horas. Todos que se inscreveram no site poderão
participar. O link para entrar na sala será enviado no dia da aula.
O “Brincar com as palavras: um caminho
para o desbloqueio” dará um gostinho de como vai funcionar outro curso de
escrita do autor, o “Destrava: escrita livre”. Mais profundo, no Destrava Lucão
vai mostrar como a escrita pode nascer de um caminho mais livre, sem
travas. “É um curso para a gente soltar
a mão. Iniciantes podem participar, mas, digamos assim, este curso é para quem já
escreve, mas se sente travado mesmo”, resume. As inscrições começam na próxima semana e mais
informações sobre carga horária, conteúdos abordados, assim como valores podem
ser consultadas no https://www.lucaoescritor.com/destrava. No site já é possível fazer a
pré-reserva do curso.
Fonte: Agência Educa
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