Entre os participantes pardos e pretos, a diminuição foi de 52% em relação ao ano passado
Um levantamento realizado pelo
Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp) aponta que na edição
deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), registrou-se o menor número
de participantes negros inscritos desde 2009.
Conforme apurou o Semesp, além do Enem 2021 ter registrado menor taxa de participantes negros e oriundos de escolas públicas dos últimos anos, aumentou o número de pagantes e de brancos.
Entre os
participantes pardos e pretos que vão fazer as provas, a diminuição foi de 52%
em relação ao ano passado. E mesmo apesar dos esforços para avançar na
igualdade e respeito às pessoas negras, o país vê o direito à educação diminuir
entre essa população, a exemplo do menor índice registrado de inscritos no Enem
de pessoas declaradas negras.
Conforme
apurou o Semesp, além do Enem 2021 ter registrado menor taxa de participantes
negros e oriundos de escolas públicas dos últimos anos, aumentou o número de
pagantes e de brancos. Dos 3,1 milhões de inscritos para essa edição, 11,7% dos
participantes são negros. Os pardos – classificação do IBGE – são 42,2% dos
aplicantes, menor nível desde 2012. A maioria dos participantes se declara
branco e de classe média.
Também houve
queda de 77% no número de pessoas inscritas com isenção na taxa de inscrição
por carência socioeconômica, em relação à edição anterior do exame. No ano
passado, o Enem concedeu 3,6 milhões de isenções por declaração de carência.
Neste ano, 822.854 declarações de carência foram aceitas.
O Dia da Consciência Negra é
comemorado no Brasil anualmente, em 20 de novembro, mas a luta da população
negra, principalmente para ter uma educação digna, já dura anos. Um estudo
sobre ação afirmativa e população negra na educação superior, publicado em
agosto de 2020, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apurou
que 36% dos jovens brancos na faixa etária dos 20 anos estão estudando ou
terminaram sua graduação, enquanto entre pretos e pardos o percentual é de 18%.
A
desigualdade é verificada, ainda, em alguns cursos superiores, cuja presença de
negros não chega a 30%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). São os cursos de medicina, design
gráfico, publicidade
e propaganda, relações
internacionais e engenharia
química.
*Com informações do Uol
Fonte: Agência Educa Mais Brasil
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