Projeto Pretinhas Leitoras incentiva educação através da leitura
Já dizia o dramaturgo e poeta inglês William Shakespeare: “Somos do mesmo material do que se tecem os sonhos, nossa pequena vida está rodeada de sonhos”.
Especialmente nesse mês das crianças, o sonho de um jovem em se tornar
enfermeiro foi parar nas páginas do livro infantil “Quando eu crescer eu quero
ser...”. Nele, a história real do mineiro Victor Ramos é contada pelas irmãs
gêmeas Eduarda e Helena, de 12 anos, criadoras do projeto Pretinhas Leitoras.
O sonho de cursar a graduação de Enfermagem
para cuidar bem das pessoas se tornou realidade para Victor Ramos da Silva. Na
adolescência, ele sofreu um acidente e precisou ficar internado. Diante de todo
o acolhimento e cuidados que recebeu da equipe de enfermagem, decidiu que
trabalharia na área da saúde para também poder ajudar outras pessoas. “Foi
graças ao atendimento humanizado que recebi no hospital que resolvi cursar uma
faculdade”, destaca. Hoje, com 24 anos, ele é estudante do terceiro período do
curso.
Victor sofreu um
acidente e precisou ficar internado. Diante de todo o acolhimento e cuidados
que recebeu da equipe de enfermagem, ele decidiu que trabalharia na área da
saúde |
Victor se sentiu lisonjeado com o convite do Educa Mais
Brasil para que sua história virasse o primeiro livro digital do projeto
“Quando eu crescer eu quero ser...”, idealizado pelo Educa Mais Brasil. “Fico
muito feliz em compartilhar minha história. Que isso possa motivar outras
pessoas a estudar e ter paixão na profissão que exercem”, deseja. Você poderá
acompanhar na íntegra essa e outras histórias, reais e inspiradoras, nas redes sociais do Educa Mais Brasil.
Pretinhas leitoras
O projeto Pretinhas Leitoras foi oficializado em 2018,
mas antes as gêmeas Eduarda e Helena Ferreira já realizavam rodas de conversa
de incentivo à leitura. Em 2015, quanto tinham 9 anos, as irmãs nascidas no
Morro da Providência (RJ) tiveram a ideia de compartilhar dicas para se manter
em casa com segurança, já que o entorno da sua comunidade não era um local
seguro por causa da violência urbana. “Eu me preocupava com as crianças que iam
para a escola e os adultos que iam para o trabalho, tinha receio de que fossem
vítimas da violência na rua”, destaca Helena.
Inicialmente, elas criaram o projeto com o nome de Rodas
de Leitura, para que mais crianças tivessem uma distração em casa. E a leitura
possibilitou esse objetivo. No canal do Youtube, com quase 30 mil inscritos,
leitura e racismo são temas principais das Pretinhas Leitoras. As gêmeas
carregam o slogan: “Por uma educação antirracista”.
Apesar da fama no Instagram, Helena e Eduarda apostam na
educação como a melhor saída para superar os obstáculos. Filhas de professora,
as irmãs são caprichosas com os estudos e já escolheram a carreira que
pretendem trilhar. Helena quer ser juíza e Eduarda sonha em ser veterinária.
Enquanto a faculdade não chega, elas gostam de dar exemplo positivo para outras
crianças nas redes sociais. “Se eu for professora quando eu crescer, vou
ensinar tudo para as crianças crescerem com sabedoria, vou ensinar sobre
igualdade de direitos sociais e classes, que estou começando a entender o que
é”, afirma Helena, entusiasmada.
Apaixonadas pela leitura, as gêmeas consideram sua maior
conquista o lançamento do livro Fa-vê-Las, Infâncias e Territórios em
Registros, que foi escrito em produção coletiva com 100 crianças de
cinco comunidades do Rio de Janeiro. Fruto da parceria do projeto Pretinhas
Leitoras com o Instituto Entre o Céu e a Favela, em breve, 1500 exemplares
estarão disponíveis em escolas e bibliotecas cariocas. “Fomos criando
expectativas e indo além. Fomos juntando crianças e vendo que elas queriam
escrever um livro, se transformar em autoras também. Isso é uma grande vitória
para a gente”, celebra Eduarda.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil
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