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SAÚDE: Controle de infecção hospitalar depende da Central de Material de Esterilização

Segundo a OMS, anualmente, sete milhões de pacientes morrem devido às complicações no pós-operatório causadas pelas infecções adquiridas em hospitais


O Brasil passa por uma das maiores crises de saúde da história do país. Até o momento, a pandemia do coronavírus já ceifou a vida de mais de 300 mil brasileiros e, diariamente, a média de mortes causadas pela doença chega a mais de 3 mil pessoas.

SAÚDE: Controle de infecção hospitalar depende da Central de Material de Esterilização

Esse cenário de tragédia tem superlotado hospitais e forçado governos a se estruturarem com investimentos em leitos para UTI’s, insumos e mão de obra especializada. São investimentos altos para atender uma demanda de pacientes acometidos por covid-19, que aumenta constantemente.


Mas todo esse esforço pode não ter o resultado esperado, se não for dada a devida atenção a um problema que, infelizmente, não é tão incomum no Brasil. Trata-se da infeção hospitalar, que é considerada uma das maiores causas de mortes no planeta.


Um levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), mostrou que em torno de 234 milhões de pacientes são operados por ano em todo o mundo. Desse número, um milhão morre em decorrência de infecções hospitalares e sete milhões apresentam complicações no pós-operatório.


Agentes infecciosos


O Ministério da Saúde do Brasil, informa que de 1% a 15% dos pacientes internados em hospitais brasileiros adquirem infecção hospitalar.


A infecção hospitalar pode ser definida como o momento em que agentes infecciosos entram, proliferam e se desenvolvem em pacientes que se encontram em tratamento dentro de um estabelecimento de saúde.


Agentes infecciosos, como o próprio nome sugere, são os responsáveis por infecções ou doenças infecciosas. São considerados os principais agentes infecciosos conhecidos: vírus, bactérias, protozoários e fungos.


A morte do paciente ocorre quando as defesas do organismo, ou seja, o sistema imunológico, não consegue eliminar os agentes infecciosos. Isso causa uma série de complicações clínicas que contribuem para a morte do doente.


Entre os vários sintomas da infecção hospitalar estão: quadros de gripe, pneumonia, infecção urinária e problemas de pele. Quando se descobre um quadro de infecção hospitalar, o estabelecimento de saúde deve começar um processo investigatório para a prevenção dela.


O que pode causar uma infecção hospitalar? A resposta a essa pergunta pode estar nos próprios profissionais de saúde, devido ao uso incorreto de equipamentos de proteção individual, higienização errada das mãos ou pelo contato destas pessoas com materiais contaminados.

SAÚDE: Controle de infecção hospitalar depende da Central de Material de Esterilização


Higiene das mãos é um importante fator para a prevenção da infecção hospitalar


Outras fontes de contaminação nos hospitais, podem ser as visitas recebidas pelos pacientes ou as falhas na higienização dos ambientes e da rouparia.


Cirurgias


Mas a maior parte das infecções hospitalares tem como principal motivo, a contaminação em cirurgias ou em procedimentos invasivos nos cuidados pós-cirúrgicos. São nos locais de cirurgias, que ocorre grande parte dos problemas em pacientes que passam por operações. São nesses ambientes que devem ser focados todos os esforços dos hospitais para o controle e a prevenção das infecções.


Dessa forma, um dos setores mais crítico dentro de uma unidade hospitalar, quando o assunto é a prevenção das infecções hospitalares, é a Central de Material e Esterilização (CME). Nela, são feitos os processos de limpeza e desinfecção dos materiais usados pelos médicos nas cirurgias.


As falhas nesse processo podem transformar os materiais cirúrgicos, em espaço para a reprodução de agentes infecciosos, o que pode comprometer, totalmente, o processo de recuperação dos pacientes no pós-cirúrgico.


O manuseio adequado dos materiais, garantindo a segurança do paciente, só pode ser alcançado, se a CME obedecer às normas exigidas pela Vigilância Sanitária. Além disso, deve se ter um programa de garantia de qualidade que funcione de forma constante.


Apesar das atribuições da CME, o controle de infecção hospitalar é uma missão que cabe a todos os setores do hospital e à sociedade em geral. Para isso, deve envolver todos os funcionários do hospital, visitantes e pacientes.


Nesse sentindo, a portaria do Ministério da Saúde, nº 2616, de 12 de maio de 1998, exige a criação de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para que os hospitais coloquem em prática as ações do Programa de Controle de Infecção Hospitalar(PCIH).


Somente profissionais da saúde com nível superior podem ser integrantes da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. A CCIH deve ser composta por membros consultores e executores.


Na categoria consultores, os integrantes representam e coordenam os métodos de prevenção de controle de infecção hospitalar dos serviços médicos, de enfermagem, de farmácia, de administração e laboratório de microbiologia.


Já os executores da CCIH realizam as ações do PCIH. É importante que um dos membros executores seja um enfermeiro.


Essa comissão implementa as ações de combate, prevenção e conscientização em relação às medidas preventivas, como:


higiene das mãos;


limpeza do local;


uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPIs)


limpeza, desinfecção e esterilização de materiais.


RDC 15


O artigo 21, da RDC 15, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é bem claro sobre as responsabilidades, dentro de um hospital, em relação as medidas a serem adotadas. O texto diz que: "a limpeza, preparo, desinfecção ou esterilização, armazenamento e distribuição de produtos para saúde devem ser realizados pelo CME do serviço de saúde e suas unidades satélites ou por empresa processadora."


A função é a eliminação total de agentes infecciosos dos materiais, tornando-os totalmente estéreis e podendo serem reusados com segurança. Assim, o aparecimento de infecções hospitalares tem relação direta com a CME.


No Brasil, existe toda uma legislação, específica, voltada para garantir o bom funcionamento da CME. Entre essas podemos citar:


POP: a RDC 15 em seu artigo 24 diz que cada etapa do processamento do instrumental cirúrgico e dos produtos para saúde deve seguir Procedimento Operacional Padrão - POP elaborado com base em referencial científico atualizado e normatização pertinente e o POP deve ser amplamente divulgado e estar disponível para consulta.


Gestão: a queda nos índices de infecções hospitalares está diretamente ligada, a uma série de fatores, que são: apoio e compromisso de todos os envolvidos, excelente controle de qualidade, melhores insumos, uso de metodologias e processos de excelência, manutenção e calibração dos equipamentos, uso das ferramentas tecnológicas na CME.


Uma boa administração da CME, com um bom controle de qualidade, permite atender às normas regulatórias. O treinamento dos colaboradores e os testes de validação dos processos são vitais para que o estabelecimento médico alcance os níveis necessários para as Acreditações Hospitalares.


Outro fator importantíssimo para garantir o trabalho de excelência da CME, é a rastreabilidade. Ela diminui, sensivelmente, a possibilidade de erro humano e dá maiores condições de se detectar fatos que prejudiquem a esterilização.


Fonte: Rondoniaovivo



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