Frequentadores contam que há cerca de um mês são impedidos, por soldados armados, de caminhar na rua que dá acesso à Base Área de Porto Velho
O fechamento de ruas por parte da Base Aérea de Porto Velho continua motivando questionamentos contrários por parte de moradores da capital. Dessa vez, a denúncia foi feita por cidadãos que estão indignados com a proibição de circulação na rua Lauro Sodré, que dá acesso à base militar, localizada próximo ao aeroporto Jorge Teixeira.
O local é muito usado para a prática de exercícios físicos como caminhada, ciclismo e corrida.
Uma dessas pessoas que usa essa parte da avenida Lauro Sodré para se exercitar é a professora de inglês e servidora pública, Maria Elisa Bucar. Ela classificou essa ação do comando da base área como lamentável.
“Acho o fechamento da rua uma total falta de bom senso e respeito com a população de Porto Velho. Também acho arbitrário e um abuso de poder. Começaram a fechar a rua que leva até a Base Aérea e ao SIVAM/SIPAM em março de 2021. Alegam que é para a segurança dos transeuntes. Já abordei vários policiais militares que ficam impedindo a nossa entrada e cada um diz uma coisa”, disse.
A professora contou também que recorreu ao Ministério Público para tentar entender o motivo do trancamento da via. Na denúncia, ela conta que sempre usou aquele espaço para se exercitar há pelo menos 22 anos e nunca teve nenhum problema. Porém, há cerca de um mês essa situação mudou e foi proibido o trânsito de pedestre e ciclistas na rua.
“Na primeira vez, fui surpreendida por placas com a inscrição ‘Proibido trânsito de ciclistas e pedestres’, juntamente com quatro policiais armados com fuzis. Os oficiais foram grosseiros quando perguntei o motivo da proibição. Após esse dia, diariamente, eles estão lá, armados, com raiva e nos impedindo de caminhar naquele trecho. Senhores, fiquei indignada com essa atitude. Completamente pasma e assustada”, declarou.
Decepção
Maria Elisa declarou que sempre teve muito carinho e admiração pela Base Aérea, por sempre realizar atividades de aproximação com a comunidade de Porto Velho. Ela citou como exemplo, o evento “Base Aérea Portões Abertos”.
“Era um evento incrível! De fato, eles recebiam a comunidade com carinho e respeito. Mas, pelo visto, esse tempo acabou, porque o gestor atual daquele órgão, está jogando toda essa relação com a comunidade de Porto Velho, no lixo. Mas não pretendo me calar com essa situação”, ressaltou.
Outro frequentador do espaço, que usa para praticar ciclismo com um grupo de amigos, e está indignado com a proibição do comando da base aérea é o engenheiro Liandro de Almeida Loyola. Segundo ele, a alegação dos militares para impedir a circulação no local é muito fraca.
“Eles alegam que é para proteção. Mas proteção de quê, se a vida toda passou aberta? A base aérea, bem como o SIPAM, são todos cercados, possuem segurança, restrição de entrada e etc... Na nossa opinião, é incorreto! A iluminação pública de lá, pavimentação e tudo mais, é pago com recursos públicos, o qual todos colaboramos. Achamos que isso é abuso de autoridade e fere nosso direito de ir e vir”, avaliou.
Podem fechar
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Trânsito (Semtran), e conversou com o secretário da pasta, Coronel Ronaldo Flores. Ele contou que a administração da base área pode proibir as pessoas que circularem na via.
“Lá na Lauro Sodré, trecho compreendido entre a avenida Jorge Teixeira e a Base Aérea é área da Aeronáutica. Aquela via não é pública. Quando fecharam eu questionei ao secretário da SEMUR(Secretaria Municipal de Regularização Fundiária, Habitação e Urbanismo) sobre se aquela via era pública ou particular da aeronáutica e ele me confirmou que a área é da Aeronáutica”, explicou.
Fonte: Rondoniaovivo
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