Profissionais de Imprensa e Jornalismo estão manifestando repúdio as palavras e ataques contra portais de notícias e jornalistas que atuam no mercado Rondoniense, em especial, na cidade de Porto Velho. A Classe defende a dignidade da profissão e se valoriza pela liberdade de imprensa, se posicionando com a força e a união de centenas de profissionais que atuam em Porto Velho e nos demais 51 municípios do Interior.
VEJA ABAIXO, NA ÍNTEGRA, A CARTA ABERTA ESCRITA PELA JORNALISTA YALLE DANTAS, REPRESENTANTE OFICIAL DO GRUPO:Pela União dos Jornalistas, pela nossa dignidade e pela liberdade de imprensa
“O alvo de hoje é um nome, o de amanhã pode ser qualquer um de nós e o resultado final é o enfraquecimento da imprensa perante a sociedade”
Colegas,
O recente episódio de ataques verbais violentos contra jornalistas é um golpe que ressoa, acreditem, em cada um de nós. Hoje está sendo dois ou mais colegas, mas amanhã pode ser eu ou qualquer um de nossa categoria. Não é apenas uma agressão individual (pensem!!!). É uma tentativa de intimidar e silenciar uma instituição fundamental. Quando um colega é alvejado com tal virulência, toda a nossa classe profissional é atingida. A normalização desse discurso do ódio é um perigo claro e presente: o alvo de hoje é um nome, o de amanhã pode ser qualquer um de nós, e o resultado final é o enfraquecimento da imprensa perante a sociedade.
É preciso, contudo, enfrentar outra acusação grave que tem sido lançada contra nós. Afirmar que a comercialização de espaço publicitário, seja a políticos ou a qualquer outro setor, constitui “achaque” não é apenas um equívoco: é uma deturpação maliciosa da realidade. O jornalismo é uma atividade profissional vital para a democracia, mas não é uma caridade. Requer sustentabilidade financeira para existir com independência. A publicidade é uma fonte de receita legítima, tradicional e transparente, que viabiliza a produção de conteúdo de qualidade, a manutenção de redações e o investimento em apuração.
Questionar este modelo não é apenas um ataque às empresas, mas um ataque ao próprio princípio de que o jornalismo tem valor e deve ser remunerado. É uma narrativa perigosa que busca criminalizar a nossa legítima atividade comercial, pintando-nos como bandidos para, num segundo passo, nos silenciar.
O que está em jogo ultrapassa a honra individual. Está em jogo a liberdade de imprensa, a sobrevivência económica dos nossos veículos e o direito da sociedade à informação livre e de qualidade. Não podemos cruzar os braços perante a normalização deste discurso.
É hora de reafirmar a nossa união, nossa maior força. Devemos responder a estas investidas não com histeria, mas com a serenidade e a firmeza de quem sabe o valor do seu trabalho. Só unidos conseguiremos proteger a dignidade da nossa profissão. A imprensa não é inimiga da sociedade; é a sua consciência crítica, o seu cão de guarda, uma voz indispensável que existe porque a sociedade democrática precisa dela.
*Que esta união seja a nossa resposta mais contundente.
Que assim seja!
*Por Yalle Dantas, presidente do grupo União dos Jornalistas. Atuante na área há mais de 30 anos em RO, em todas as emissoras de radio, tv, jornalismo impresso, assessoria de imprensa com especialização em política, cultura, e atualmente veículo de comunicação digital.