Imagens da câmera corporal mostram que Igor Oliveira de Moraes Santos estava com as mãos na cabeça
O Ministério Público de São Paulo (MPSP), por intermédio de três promotores de Justiça do IV Tribunal do Júri da Capital, ofereceu denúncia contra quatro policiais militares envolvidos em um episódio que resultou na morte de Igor Oliveira de Moraes Santos, de 24 anos, em Paraisópolis, na zona Sul de São Paulo. Imagens da câmera corporal de um policial militar mostram o momento em que os agentes atiram contra um suspeito que estava rendido, com as mãos na cabeça.
O órgão destaca que mesmo com os suspeitos rendidos, dois policiais efetuaram disparos de arma de fogo, o que levou a que fossem denunciados por homicídio doloso. Os outros dois PMs foram denunciados por terem colaborado com o ato ilícito.
A morte ocorreu no dia 10 de julho, quando os agentes iniciaram a perseguição de indivíduos suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas e que estariam armados. Dentro de uma casa, os PMs ordenaram que os suspeitos colocassem as mãos na cabeça e "foram prontamente atendidos", de acordo com os promotores.
No dia seguinte do crime, a Procuradoria-Geral de Justiça afirmou que usaria o "o seu mais firme compromisso com a defesa da ordem jurídica e a sua disposição de desempenhar o seu papel constitucional para garantir a paz social".
Na época da morte, dois policiais militares foram presos em flagrante por homicídio doloso: Renato Torquatto da Cruz, autor dos disparos que mataram Igor, e Robson Noguchi de Lima.
Segundo a Polícia Militar, imagens das câmeras corporais mostraram que a morte "não foi dentro dos padrões, dentro das excludentes de licitude. Atiraram nele com ele rendido."
O coronel Emerson Massera, chefe de comunicação da PM de São Paulo, afirmou que houve erro de conduta dos policiais. "Quando há erro, a gente corrige. Nossa instituição tem o compromisso com o acerto. Assim que verificamos que os policiais não agiram dentro das excludentes de ilicitude, foram autuados", disse.
Neste sábado (12), o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também comentou o caso. "Com análise das câmaras, a gente viu que houve desvio (de conduta). Os dois policiais vão ser indiciados por homicídio doloso, vão ser apresentados à justiça e vão responder pelo crime que cometeram. E vai ser assim sempre", afirmou o governador.