Objetivo foi reforçar o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes na capital de Rondônia
Várias atividades como rodas de conversa, palestras, orientações e farta distribuição de materiais explicativos, entre outras, marcaram o encerramento do evento intitulado “É do Boto, seu Doutor?”, realizada no Porto Velho Shopping. Uma palestra especial para universitários marcou o encerramento das atividades.
Alusivo à campanha Maio Laranja e realizado pela Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (CPPM), a ação da Prefeitura teve como objetivo reforçar o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes na capital rondoniense.
“Foi uma maneira que nós tivemos, como Coordenadoria, de nos comunicarmos com a sociedade e de estarmos mais próximos dela. Uma maneira de falar sobre o que precisa ser falado, mas de um jeito onde a gente também possa acolher as pessoas e oferecer informação, mas também oferecer escuta. E foi isso que aconteceu durante toda esta semana em parceria com o Porto Velho Shopping”, disse a titular da CPPM, Anne Cleyanne.
Essa amostra denominada “É do Boto, seu Doutor?” também teve o objetivo de desmistificar o uso de argumentos folclóricos para a prática de abusos contra crianças, adolescentes e até mulheres. Serviu ainda para aguçar a curiosidade das pessoas, gerando perguntas por parte dos visitantes e, consequentemente, respostas.
As atividades aconteceram durante toda a semana, desde a segunda-feira, 26 de maio, quando iniciou o evento. Além do público em geral, também ocorreram visitas de diversos grupos de estudantes, que participaram de bate-papo, palestras e rodas de conversa voltadas à garantia de direitos das crianças e adolescentes, especialmente sobre as mais diversas formas de abusos e exploração sexual.
Ainda como forma de facilitar e ampliar o diálogo com as pessoas, especialmente para que as meninas saibam quando seu corpo está sendo tocado de alguma maneira que não deve, a Prefeitura utilizou a metodologia dos totens informativos. Cada totem com uma história sobre a lenda do boto, que foi usada para mascarar e tornar silenciosa as denúncias de abuso sexual.
“Mas também nós tivemos o totem sobre a cultura, sobre como muitas vezes é associada à cultura aos comportamentos abusivos, e que nós não podemos mais aceitar enquanto sociedade”, enfatizou Anne Cleyanne, que fez questão de agradecer a todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente, especialmente os parceiros.
O evento encerrou na noite de sexta-feira (30) com uma palestra especial e exclusiva para um grupo de acadêmicos do curso de Direito. Eles participaram de uma roda de conversa sobre a lenda do boto e receberam muitas informações quanto a necessidade de proteger crianças e adolescentes dos abusadores, além de denunciá-los.
DENÚNCIAS
As ações no espaço do Porto Velho Shopping foram tão importantes e impactantes que resultaram em denúncias de abusos sexuais. “Pessoas que chegaram aqui e após ouvir a roda de conversa, tiveram coragem de falar sobre sua condição. E isso é muito importante, porque é esse o objetivo. Nossa sociedade precisa ser um lugar mais seguro para todas as pessoas. Essa é a missão da Coordenadoria de Políticas Públicas para Mulheres”, destacou a titular da pasta.
A LENDA DO BOTO
Conta-se que nas regiões ribeirinhas da Amazônia, um belo e misterioso homem aparece nas festas, seduz e engravida as moças, depois desaparece. Dizem que é um boto-cor-de-rosa encantado, que assume forma humana, e em seguida volta ao rio, onde, transforma-se novamente em boto.
A história, na verdade, serve para camuflar gestações inesperadas e, em muitos casos, encobrir abusos sexuais, deixando os abusadores impunes. As crianças que nascem nessas circunstâncias são chamadas ironicamente de “filhos do boto”.
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)