O filhote de onça-pintada Golias, que foi resgatado após ser criado como um animal de estimação no interior do Amazonas, fez aula de natação para ajudar a estimular os seus instintos, no Instituto Nex no Extinction, em Corumbá de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Um vídeo que mostra o animal aprendendo a nadar encantou os internautas que acompanharam de perto o seu resgate.
 |
foto - reprodução
|
"Golias se aventurando na água pela primeira vez. Faz parte dos estímulos que a gente oferece para o animal e ensina, sem forçar nada", disse Danda Gianni, coordenadora de projetos e filha dos fundadores do Nex.
Nas redes sociais, o instituto considerou o aprendizado como mais uma conquista do filhote, que está aprendendo a viver como uma onça e não como um animal de estimação. Golias chegou ao estado no início do mês de abril e está passando por um processo de adaptação ao novo lar.
Na filmagem, é possível ver que o animal estava receoso de entrar na água. Primeiro, ele molhou as patas e depois entrou aos poucos na piscina do instituto. O animal foi estimulado com o auxílio de um pneu, que foi colocado dentro da água para que ele pudesse buscar.
"Colocamos alguns itens dentro da água para estimular ele a entrar. No começo, ficou só curioso, bebendo água e olhando", relatou o vídeo.
Golias deu os seus primeiros passos até o objeto ao som da comemoração da sua "professora". Logo, o filhote de onça retornou para a terra. Depois de algumas tentativas e de muito incentivo, a onça conseguiu atravessar o lago para ir atrás do brinquedo.
"Muito bem, garoto. Parabéns! Isso é uma conquista para a gente, quando o animal começa a mostrar os instintos, a saber o que que ele é, o poder que ele tem", comemorou a instrutora.
Após se acostumar com o novo ambiente, o filhote começou a nadar e brincar com o pneu e até mesmo uma bola. "Finalmente Golias superou o medo de água! Gostou tanto que passou o dia nadando e de manhã, assim que o sol saiu, ele já foi para a piscina sozinho", relataram.
A primeira aula de natação de Golias foi realizada no dia 9 de abril. De acordo com o instituto, este processo levou cerca de quatro horas.
Entenda a relação da onça-pintada com a água
Em entrevista ao g1, o biólogo Edson Abrão explicou que as onças-pintadas gostam de estar dentro da água devido ao instinto de caça e sobrevivência e podem ficar submersas até cinco minutos. O nado gera aos animais resistência muscular e mais agilidade para poder caçar.
"A natação é muito importante para esses animais, quando são filhotes, principalmente, mas também quando adultos", detalhou. De acordo com o especialista, a natação é ensinada aos filhotes pela mãe, para que possam pescar e se alimentar.
Edson pontuou que o animal se alimenta de peixes grandes e até de jacarés. "A onça é o felino do mundo que tem a mordida mais potente. Ela só perde pro leão, na África e na Ásia. Ela consegue matar o animal com a mordida dentro da água", comentou o biólogo.
Relembre a história do Golias
Golias chegou ao santuário de felinos do Instituto Nex, em Corumbá de Goiás, em abril de 2025. O filhote foi mantido como animal de estimação por uma família no município de Santo Antônio do Içá, no Amazonas. O filhote, de apenas 10 meses, foi resgatado pela Defesa Civil em 4 de fevereiro.
"Assim que souberam da história do filhote, Ibama e ICMBio, com a ajuda de instituições parceiras, atuaram com agilidade para garantir a segurança do animal e da população. A operação envolveu transporte fluvial até Tefé (AM) e, de lá, um voo até Manaus, onde Golias foi acolhido no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) local. Na unidade, passou por exames clínicos, laboratoriais e teve dieta adequada para sua espécie e idade", descreveu o Ibama, em uma publicação que comemorou o novo lar do animal.
De acordo com o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama (Cetas - DF), o Nex foi escolhido como o novo lar de Golias por sua experiência com grandes felinos. Com 24 anos de experiência, a ONG atende cerca de 20 onças.
"A onça agora explora seu novo recinto no santuário, em ótimas condições de saúde e desenvolvimento. A expectativa é que, futuramente, ele possa retornar à natureza", pontuou o Ibama.
Fonte - G1.
