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Voos saindo de Rondônia custam mais caros para estados próximos do que para o exterior

Viajar de avião saindo de Rondônia para estados vizinhos da Região Norte pode pesar mais no bolso do que atravessar fronteiras e até continentes. Levantamentos recentes mostram que rotas curtas dentro do país chegam a custar o dobro ou mais do valor cobrado em voos internacionais de longa distância.

foto - reprodução

Um exemplo que chama atenção é o trajeto entre Porto Velho e Boa Vista, em Roraima. Apesar da distância aproximada de 1,5 mil quilômetros, as passagens podem ultrapassar os R$ 7 mil. Em contraste, um voo partindo da capital rondoniense com destino a Nova Iorque, nos Estados Unidos, percorrendo cerca de 5 mil quilômetros, pode ser encontrado por valores em torno de R$ 3 mil.

A disparidade também se repete em outros trechos da Região Norte. O deslocamento entre Porto Velho e Macapá, no Amapá, pode custar mais de R$ 3 mil, valor semelhante ou até superior ao cobrado em viagens internacionais para destinos como Buenos Aires, na Argentina, ou Santiago, no Chile.

Curiosamente, voos para regiões mais distantes do país, como o Sul, tendem a ser mais acessíveis. Passagens para Porto Alegre podem ser encontradas, em média, por R$ 1,7 mil, enquanto Florianópolis gira em torno de R$ 2,1 mil. O cenário revela um paradoxo: quanto mais perto o destino, maior o preço da passagem.

Especialistas explicam que o valor do bilhete aéreo não está diretamente ligado apenas à distância percorrida. Um dos principais fatores é a demanda. Rotas com baixo volume de passageiros, comuns em parte da Região Norte, acabam tendo tarifas mais elevadas para compensar os custos operacionais das companhias.

Outro ponto que influencia é a estratégia comercial adotada nos voos internacionais. Empresas aéreas costumam lançar tarifas promocionais em trajetos longos para aumentar a ocupação das aeronaves, além de lidarem com estruturas de custos e impostos diferentes das aplicadas em voos domésticos.

O preço do combustível de aviação, mais elevado em estados como Rondônia, Roraima e Amazonas, também impacta a operação, embora especialistas avaliem que esse fator, isoladamente, não justifica valores tão altos. A baixa concorrência no setor aéreo brasileiro é apontada como um dos entraves, já que poucas empresas concentram grande parte do mercado.

Alternativas para reduzir os preços seguem em debate, como a chamada cabotagem aérea, que permitiria a atuação de companhias estrangeiras em rotas domésticas. A proposta ainda depende de mudanças na legislação e tramita no Congresso Nacional. 

Enquanto isso, medidas de incentivo financeiro ao setor avançam, mas os reflexos no bolso do consumidor ainda não são imediatos.

Até que haja maior concorrência e expansão da malha aérea, passageiros da Região Norte continuam enfrentando a realidade de pagar mais caro para viajar dentro do próprio país do que para destinos internacionais.



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