Projeto prevê uma integração logística estratégica entre os dois países, encurtando distâncias e custos no comércio bilateral
Brasil e China deram o pontapé inicial para o estudo de uma nova rota ferroviária bioceânica que pode transformar a logística sul-americana.
O projeto prevê a conexão do território brasileiro ao Oceano Pacífico por meio do Porto de Chancay, no Peru, criando uma alternativa estratégica para exportações ao mercado asiático.
A ferrovia projeta uma integração logística estratégica entre os dois países, encurtando distâncias e custos no comércio bilateral.
Um memorando de entendimento que permite o avanço dos estudos foi assinado pelo Ministério dos Transportes, via Infra S.A., e pelo Instituto de Planejamento e Pesquisa Econômica da China State Railway Group, braço estratégico da maior empresa ferroviária pública do mundo, nesta segunda-feira (7).
O acordo inaugura uma fase técnica de cooperação, com foco em estudos estruturantes da malha logística nacional, intermodalidade e sustentabilidade. Ainda não há traçado definido, nem prazos ou garantias de execução do projeto.
O plano é conectar o interior do Brasil à costa pacífica da América do Sul, onde a China já opera a construção do Porto de Chancay. O terminal, previsto para entrar em operação em 2025, é um projeto da empresa chinesa Cosco Shipping e deve funcionar como um hub regional para navios de grande porte.
Ao ligar a produção brasileira diretamente a esse porto, o Brasil reduziria a dependência dos embarques via Canal do Panamá ou rotas mais longas pelo Atlântico, reforçando sua competitividade no mercado asiático.
O memorando retoma discussões iniciadas em 2015, quando Brasil, Peru e China anunciaram pela primeira vez a ideia de uma ferrovia transcontinental. O projeto travou diante de questões ambientais, disputas políticas internas e dificuldades de financiamento.
Agora, com a infraestrutura do Porto de Chancay mais avançada e o atual governo brasileiro favorável a parcerias com a China, a proposta volta ao radar.
No plano geopolítico, o avanço da China sobre a infraestrutura logística sul-americana tem sido acompanhado de perto pelos Estados Unidos.
A construção do Porto de Chancay é vista como parte da Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative), estratégia global de Pequim para expandir sua presença econômica e política em várias regiões do mundo.
O envolvimento chinês em projetos de infraestrutura na América Latina já inclui investimentos em portos, ferrovias, energia e telecomunicações, o que tem levantado alertas sobre influência estratégica na região.
Para o Brasil, o projeto representa a possibilidade de diversificar sua rede logística, atrair capital estrangeiro e aumentar a eficiência das exportações, principalmente de commodities agrícolas e minerais.
A decisão sobre a construção da ferrovia dependerá dos resultados dos estudos, da articulação com países vizinhos e das condições de financiamento. (Cnn Brasil)
Nenhum comentário
Postar um comentário
- Seu comentário é sempre bem-vindo!
- Comente, opine, se expresse! este espaço é seu!
- Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário!
- Se quiser fazer contato por e-mail, utilize o redacaor1rondonia@gmail.com