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Lula admite impacto de fraudes do INSS na imagem do governo

Presidente ainda atribuiu os baixos índices da popularidade a falta de comunicação por parte do governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), admitiu que o esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), revelado em abril deste ano, tem impacto na imagem de seu governo.



A declaração ocorreu durante entrevista ao rapper Mano Brown no podcast “Mano a Mano”, gravada no último dia 15 e publicada nesta quinta-feira (19).


"Quando quando sai uma denúncia de corrupção no meio do meu governo, é normal que no primeiro momento as pessoas pensem que foi no governo Lula, porque foi nós que descobrimos. Cabe a gente então dizer alto e bom som, porque é que aconteceu aquela corrupção. Quem foi que fez aquilo? Quem é a quadrilha que estava por detrás disso?", disse.

Em outro momento da entrevista, Lula ressaltou o argumento de que foi a gestão petista quem descobriu o esquema, mas que ele teria se iniciado no governo anterior.


"Quem descobriu foi a CGU [Controladoria-Geral da União], quem descobriu foi a Polícia Federal e ela descobriu no meu governo, porque no governo passado não tinha como descobrir, porque foram eles que criaram. E é isso que nós queremos provar com as investigações corretas", afirmou.


"Cabe a nós explicarmos para a sociedade os fatos como eles são. Se nós não estivéssemos no governo, certamente isso poderia não ser descoberto. Então, nós vamos descobrir independentemente de no primeiro momento a pessoa falar 'mas foi no governo do Lula', foi no governo do Lula que foi descoberto a maracutaia do governo Bolsonaro", continuou Lula.


O presidente disse ainda que vai "assumir a responsabilidade" e ressarcir as vítimas dos descontos associativos indevidos "o mais rápido possível".


"Nós suspendemos as entidades, suspendemos os descontos na folha. Estamos investigando estas pessoas. Essas pessoas certamente serão presas. Certamente as entidades que cometeram erro vão ter que perder o seu patrimônio. Vamos utilizar esse patrimônio para pagar os aposentados. Como a gente não pode esperar, nós vamos antecipar o pagamento dos aposentados. Nós vamos assumir a responsabilidade de pagar e vamos pagar o mais rápido possível", declarou.


Em 23 de abril, uma operação realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que sindicatos e entidades associativas teriam cobrado indevidamente de aposentados e pensionistas cerca de R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024.


Na última sexta-feira (13), o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou que a pasta já recebeu 3,1 milhões de solicitações de revisão relacionadas à cobrança não autorizada de mensalidades por parte de entidades associativas.


De acordo com Waller, se todas as contestações se confirmarem indevidas, o valor total a ser devolvido pode atingir R$ 1,8 bilhão — montante que, considerando a correção inflacionária, chega a cerca de R$ 2,1 bilhões.


Popularidade do governo

Lula comentou o impacto de uma denúncia de corrupção à imagem do governo ao ser questionado sobre a baixa popularidade de sua gestão.


Na última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 12 de junho, a avaliação negativa do governo do petista chegou a 40%. Na outra ponta, 28% dizem ser ótima ou boa a administração federal, e 31% a avaliam como regular.


Na mesma linha, o levantamento da Ipsos-Ipec, também divulgado no último dia 12, mostrou que o governo Lula é visto como ruim ou péssimo por 43% dos brasileiros. Os que enxergam a gestão como ótima ou boa são 25%; os que veem como regular, 29%.


O chefe do Executivo atribuiu os baixos índices positivos à falta de comunicação. Segundo ele, as pesquisas são uma "fotografia do momento" e "as pessoas não sabem" o que o governo já realizou.


"Eu tenho certeza que a gente vai melhorar na pesquisa, eu tenho certeza que o governo vai melhorar. Mas o que é mais importante é que eu tenho certeza que a gente vai fazer as entregas que o povo tem expectativa que a gente faça", afirmou.


"Efetivamante, eu vou lhe falar uma coisa, a gente não comunicou corretamente. Eu sei porque eu ando, eu ando muito, converso muito com as pessoas. Quando eu vou nos atos, tudo, converso muito. As pessoas não sabem das coisas que nós fizemos. Se a pessoa não sabe, não tem porque as pessoas aprovarem o governo", complementou. (cnn Brasil)



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