Polícia Civil do Rio afirma que produtoras, gravadoras e patrocinadoras de Poze também serão investigadas
O secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, afirmou que a corporação trabalha para combater a propagação do crime organizado feita por influenciadores digitais e “falsos” artistas.
“Às vezes as ações deles são muito mais lesivas do que o tiro de um traficante”, afirmou o secretário durante coletiva de imprensa sobre a prisão de Marlon Brandon Coelho Couto, o MC Poze do Rodo.
“O crime organizado hoje atua em duas vertentes: no crime organizado em si e no campo informacional. Eles têm MC, influenciador digital… dando uma falsa narrativa de que a ação deles é exemplo para a sociedade”, completou.
Felipe Curi ainda chamou Poze de falso artista e disse que o suspeito transformou a música em um instrumento de disseminação do crime.
A Polícia afirmou que investiga ainda gravadoras e produtoras que trabalham com Poze por associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Outros cantores com condutas parecidas também podem ser alvos de operações futuras. Investigações relacionadas a jogos do tigrinho e bets também estão em andamento.
Segundo a Polícia, com o dinheiro levantado com as músicas e os shows de Mc Poze, era possível realizar a compra de drones e de material bélico para a construção de barricadas, além da compra de mais armas e drogas que fortaleciam a ficção criminosa Comando Vermelho.
Poze do Rodo foi preso temporariamente nesta quinta-feira (29) em casa, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste. Ele é investigado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e apologia ao crime. Ele deve ser levado ainda hoje para a Cadeia Pública de Benfica, na Zona Norte.
A Delegacia de Repressão de Entorpecentes (DRE) também cumpriu mandados de busca e apreensão. Um veículo BMW foi apreendido porque estava com a cor original adulterada. Grande quantidade de joias e relógios também foram levadas para a Cidade da Polícia. Segundo os investigadores, muitas fazem apologia ao crime. As joias de Poze já tinha sido apreendidas anteriormente, mas foram devolvidas. Dessa vez, a Polícia quer que Poze apresente as notas fiscais das joias e comprove que os acessórios foram comprados com dinheiro declarado.
Entenda as suspeitas
Segundo a Polícia Civil do Rio, Poze realiza shows exclusivamente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho, com a presença ostensiva de traficantes armados com fuzis para garantir a “segurança” do artista e do evento.
Ainda segundo a DRE, o repertório das músicas de Poze extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística e faz clara apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas de fogo, além de “incitar confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes”.
Poze ganhou notoriedade no cenário do funk do Rio de Janeiro no fim da década de 2010 e já se apresentou até no Rock in Rio. Conhecido por ostentar um estilo de vida de luxo, ele acumula, somente no Instagram, mais de 15 milhões de seguidores. (CNN BRASIL)
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