Extração e contrabando de minérios e madeiras viraram negócios lucrativos para facções criminosas
Enquanto os poderes estavam concentrados em combater o crime organizado em favelas e bocas de fumo, as organizações criminosas aperfeiçoavam suas modalidades e ocupavam lugares distintos na PanAmazônia. Além de comércio ilícito de drogas, os criminosos embrenharam na maior floresta tropical do mundo com atividades de mineração ilegal, narcogarimpo e à extração ilegal de madeira.
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Foto: Divulgação/Agência Gov |
As novas modalidades criminosas se tornaram desafios para os governos do Brasil e seus vizinhos da Amarica Latina. A imensidão de floresta é um esconderijo para o crime que encontrou nas novas ações, negócios muito mais lucrativos do que o tráfico internacional de drogas.
Combater o crime organizado deixou de ser um problema de controle ao uso de drogas e de violência urbana. Agora, as forças de segurança precisam avançar para combater o contrabando de minérios e madeiras, e garantir a proteção e soberania das nações que compõem a Amazônia.
Estudo de caso
Para entender mais do tema, o Rondoniaovivo buscou fontes que avançam em análises e estudos sobre o fenômeno. Este problema levou os pesquisadores Leandro Piquet Carneiro e Adriano Bastos Rosas a comporem um artigo cientifico onde analisam a expansão do crime organizado e dos mercados ilícitos na Amazônia — um fenômeno que para eles, representa crescente ameaça à soberania nacional.
No artigo, os autores discutem as fragilidades das capacidades estatais de Brasil, Colômbia, Peru e Venezuela para lidar com esse cenário e propõe caminhos, além do monitoramento de fronteiras e do fortalecimento de ações repressivas conjuntas.
Carneiro e Rosas são membros da Escola de Segurança Multidimensional da Universidade de São Paulo. Os autores mostram como, especialmente na última década, “diferentes modalidades criminosas não apenas passaram a coexistir no espaço, mas também potencializam-se mutuamente, gerando um ecossistema criminal resiliente e adaptado que desafia as estruturas institucionais da segurança pública e ameaça as comunidades locais”.
Ação do Brasil
O governo brasileiro já tem um plano estratégico para ampliar o combate às novas modalidades criminosas. A proposta envolve as forças estaduais e a crianção de forças de segurança em municípios como forma de agilizar a presença e controle estatal contra o crime organizado.
O Projeto de Emenda Constitucional (PEC) apresentado pelo governo Lula, através do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, prevê também a constitucionalização dos fundos nacionais de Segurança Pública e Política Penitenciária; e define as atribuições das guardas municipais, incluindo-as entre os órgãos de segurança pública que poderão atuar na segurança urbana, em ações de policiamento ostensivo e comunitário, além de fazer prisões.
A medida aguarda adesão dos estados e de municípios. Apesar de ser uma ação ampla e integrada, essa corrida já acontece depois que o crime organizado conseguiu aperfeiçoar e ocupar territórios ermos e de difícil combate. Enfrentar as novas ações criminosas requer estratégia, inteligência e intercambio internacional, sendo que a Amazônia é ampla e tem dimensão além do Brasil. Esse combate é inevitável e será como uma guerra na Amazônia.
Fonte: Rondoniaovivo
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