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Indicada por Lula ao STM defendeu Gleisi e ex-marido preso na Lava Jato

Manaus – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, neste sábado (8), a indicação da advogada Verônica Sterman, de 40 anos, para o cargo de ministra do Superior Tribunal Militar (STM), uma decisão que já desperta debates acalorados no cenário político e jurídico. Sterman, que será a segunda mulher a integrar a corte militar em sua história, ganhou notoriedade por atuar na defesa de figuras proeminentes do PT em casos ligados à Operação Lava Jato, incluindo a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro Paulo Bernardo, preso em 2016.



A indicação ocorre para preencher a vaga que será aberta em abril, com a aposentadoria compulsória do ministro José Coêlho Ferreira, que completa 75 anos. O STM, composto por 15 ministros – sendo cinco civis e dez militares –, julga crimes militares e agora terá Sterman ocupando uma das cadeiras reservadas a juristas de notório saber. A escolha, no entanto, levanta questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse, dado o histórico da advogada em processos rumorosos da Lava Jato.

Verônica Sterman foi a defensora de Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações e do Planejamento, quando ele foi detido na Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato que apurou desvios de R$ 100 milhões entre 2010 e 2015. Bernardo, à época casado com Gleisi Hoffmann, foi absolvido em 2018 pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou insuficientes as provas apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Sterman também representou Gleisi em inquéritos relacionados à Petrobras, nos quais a petista foi acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro – acusações igualmente arquivadas ou resultaram em absolvição por falta de evidências.

A trajetória da advogada não se limita ao PT. Sterman também defendeu o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) em um processo na Justiça Eleitoral de São Paulo sobre supostas doações ilegais de campanha, demonstrando sua versatilidade em casos de grande repercussão. Sua indicação ao STM, contudo, reacende críticas de adversários políticos de Lula, que apontam um suposto “aparelhamento” de instituições com aliados do governo. Nas redes sociais, já circulam postagens questionando a imparcialidade da futura ministra, dado seu passado ligado a figuras do PT investigadas na Lava Jato.


A nomeação de Sterman ainda precisa passar pelo crivo do Senado Federal, onde será sabatinada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes da votação em plenário. Caso aprovada, ela se juntará à ministra Maria Elizabeth Rocha, indicada por Lula em 2007 e atual presidente do STM, marcando um momento histórico com duas mulheres na corte simultaneamente.


A escolha também reflete uma estratégia do governo de valorizar nomes femininos em posições de destaque, como defendido por Maria Elizabeth, que já se posicionou publicamente a favor de maior representatividade nos tribunais superiores.


O Palácio do Planalto não comentou oficialmente as críticas à indicação até o momento, mas fontes próximas ao governo afirmam que a escolha de Sterman foi baseada em sua “competência técnica” e “experiência jurídica robusta”. Formada em Direito, ela atuou em casos complexos e é vista como uma profissional preparada para o cargo, apesar das controvérsias que sua nomeação pode gerar.


O STM, responsável por julgar crimes previstos no Código Penal Militar, como deserção e insubordinação, raramente está no centro do debate público, mas a chegada de Sterman promete trazer os holofotes à corte. Resta saber como o Senado reagirá à indicação e se o histórico da advogada na Lava Jato será um obstáculo ou um trunfo em sua confirmação. Até o fechamento desta matéria, às 18h deste sábado, o processo de sabatina ainda não havia sido agendado, mas o tema já domina as discussões políticas em Brasília.



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