Na maioria dos casos, as mães de aluguel acompanham a ação durante as abordagens e recebem R$ 300 pela atuação
Thamires Marcela Maris da Silva, de 22 anos, foi presa em flagrante na última terça-feira (28) por estelionato e tentativa de homicídio. Ela teria pegado esmola com uma passageira, após contar uma história inverídica. Logo depois, foi abordada por policiais.
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Reprodução/ Via Portal Metrópoles |
A suspeita já cumpre pena, em regime aberto, por uma tentativa de homicídio, pela qual ela foi condenada a um ano e seis meses. O crime ocorreu em maio de 2019, após ela esfaquear uma mulher no Terminal 2 de Cumbica, em uma disputa por área para pedir esmola.
Nesta sexta-feira (03), a Justiça paulista proibiu que Thamires se aproxime do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, Grande São Paulo.Ela só pode se aproximar do aeroporto, no bairro de Cumbica, em uma distância mínima de 300 metros. A decisão vale até o fim do processo judicial. Caso a acusada descumpra a determinação, ela ainda pode ser presa preventivamente.
Ela é filha de Marcelo Benedito da Silva, de 46 anos, líder da quadrilha de golpistas que aplicava os golpes nos passageiros para arrecadar, por meio de pedidos de esmola dentro do aeroporto, até R$ 1 mil por dia. Thamires atuava em um esquema, chefiado pelo pai dela, mantido há pelo menos dez anos no aeroporto internacional.
Marcelo chefia um bando que usa crianças alugadas para dar mais credibilidade aos golpes aplicados em passageiros dentro do aeroporto. Na maioria dos casos, as mães de aluguel acompanham a ação durante as abordagens e recebem R$ 300 pela atuação.
Para conseguir dinheiro, os golpistas geralmente simulam que são pais de família passando por necessidades ou inventam a história de que perderam o voo e precisam de ajuda financeira para reagendar a viagem. Marcelo, por exemplo, atua no Terminal 3, destinado a voos internacionais, espaço mais disputado pelos golpistas por causa da concentração de estrangeiros.
A presença das crianças alugadas durante as abordagens ajuda a sensibilizar as vítimas, que chegam a dar notas de dólar e euro. Desde junho do ano passado, Marcelo já foi visto e fotografado com ao menos 10 mulheres e 11 crianças "contratadas" para essa finalidade. A maioria delas mora na favela das Malvinas, que fica nos arredores do aeroporto.
Foi um ex-funcionário do aeroporto de Guarulhos quem chamou a atenção da segurança do local para o esquema de mendicância liderado por Marcelo dentro do terminal, ainda no ano passado. Como ele aparecia em horários que geralmente coincidiam com a troca de turno dos pedintes, os agentes suspeitaram que fosse um olheiro do bando.
Após a denúncia, a Polícia Civil instaurou inquérito policial para investigar o esquema. O Ministério Público do Trabalho (MPT) também iniciou uma investigação para apurar exploração de trabalho infantil.
A quadrilha deixou de usar crianças para pedir esmolas no aeroporto, mas segundo as investigações, ainda mantém suas atividades criminosas, com menor número de membros.
O Liberal
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