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Meninas ianomâmis são abusadas por garimpeiros em troca de comida

A Hutukara Associação Yanomami denunciou o avanço dos garimpeiros em suas terras indígenas através de um relatório feito em parceria com o Instituto Socioambiental.

O documento “Yanomami Sob Ataque: Garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami e propostas para combatê-lo”  mostra que crianças da etnia indígena estão sendo vítimas de assédio sexual dos garimpeiros que buscam extrair ouro na região.

 


Garimpo ilegal avança 

 

Com a crise econômica e o aumento do preço do ouro no mercado internacional, os garimpeiros tem tentado avançar cada vez mais contra as terras indígenas.

 

De acordo com o relatório, o garimpo ilegal avançou 46% em comparação com 2020. No ano passado, já havia sido registrado um salto de 30% em relação ao período anterior. Desde 2016, a área ocupada pelos criminosos cresceu 3 mil por cento.

 

Muitos deles já ocupam as terras dos yanomami e chantageiam os indígenas em troca da comida, que tem se tornado escassa na região por conta da inflação.

 

“A desnutrição infantil é um fenômeno complexo e multicausal, mas no contexto yanomami a influência do garimpo é inequívoca e determinante”, afirmam os autores.

 

Pesquisadores que trabalharam na elaboração do relatória demonstraram diálogos absurdos entre os criminosos e indígenas.

 

“Após os Yanomami solicitarem comida, os garimpeiros rebatem sempre. (…) ‘Vocês não peçam nossa comida à toa! É evidente que você não trouxe sua filha! Somente depois de deitar com tua filha eu irei te dar comida!’. ‘Se você tiver uma filha e a der para mim, eu vou fazer aterrizar uma grande quantidade de comida que você irá comer! Você se alimentará!’. Os [garimpeiros] dizem: ‘Essa moça aqui. Essa tua filha que está aqui, é muito bonita!’. Então, os Yanomami respondem: ‘É minha filha!’. Quando falam assim, os garimpeiros apalpam as moças. Somente depois de apalpar é que dão um pouco de comida”, diz o relatório.

 

 

O documento pressionou o Ministério Público Federal a agir e exigir judicialmente a presença de forças policiais nas terras indígenas para que os garimpeiros sejam retirados do local. A ação pede à Justiça Federal que a União retome ações de proteção e operações anti-crime na TI.

 

“Assim, na ação protocolada com urgência, o MPF pede que o Governo Federal coordene o planejamento de novas operações de repressão contra os crimes socioambientais da região e que as equipes policiais permaneçam no local até que todos os infratores ambientais sejam retirados da terra indígena”, diz o MPF em nota.(msn.com)



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