Gratidão a professores, apresentação de trabalho e festinhas estão entre momentos marcantes
O burburinho com um novo ano letivo
para rever ou conhecer novos colegas e professores; tirar da mochila os
materiais novos; comemorar os aniversários com toda a turma e cumprir algumas
obrigações como, por exemplo, fazer uma oração ou cantar o Hino Nacional antes
de começar a aula. Algumas coisas viraram coisas do passado, mas seguem
marcando a memória de diferentes gerações quando relembram a época escolar. Hoje,
15, no Dia da Escola profissionais que deixaram esse ambiente há alguns anos
voltam no passado e destacam as suas melhores memórias.
O designer André Zan Rocha, 25 anos, tem na
memória a expectativa que sentia no início de cada ano letivo para conhecer os
rostinhos novos e os antigos que se mantiveram na sua turma: “Todo início de
ano eu esperava para ver cada colega entrando pela porta da sala como se fossem
participantes do BBB (Big Brother Brasil) entrando um a um (risos). Lembro das
aulas de artes em que eu podia rabiscar o que queria e me içou para a profissão
que tenho hoje”, relembra.
Já Andrea Monteiro, 54 anos, hoje mestre
em Desenvolvimento Humano, recorda com bom-humor de uma
peripécia feita por ela quanto tinha por volta dos 6 anos de idade. “Olívia era
uma amiga que dividia carteira (mesa) comigo na época de escola. Um dia ela
chegou com uma merendeira nova e meus olhos brilharam, achei linda! Eu tinha
acabado de ganhar uma tesoura de cortar papel. Tive a ideia de cortar a alça da
merendeira da Olívia. Quando ela se deparou com a merendeira foi um chororô.
Então, a professora começou a investigar na sala quem foi que fez aquilo. Nunca
iam desconfiar de mim porque eu era quieta, não fazia bagunça, então a
professora culpou o menino mais levado da turma - e eu deixei ele ser
castigado. No dia seguinte a Olívia apareceu com a merendeira dela com a alça
cheia de durex. Na época, eu não tinha consciência do meu ato errado, hoje
enxergo a covardia, inveja. Essa história me traz a lição de como a escola é
importante para ensinar a viver em coletividade, a aprender a lidar como nossos
sentimentos”.
O analista de sistemas Érico Ribeiro,
43 anos, diz que uma das lembranças que tem dessa época é de uma festa de São
João na escola, quando ele tinha 3 anos. “Na minha visão, eu estava vestido de
cowboy. A pró formou os casais para uma quadrilha e foi um completo desastre.
Na verdade, foi bem divertido e os pais amaram. Caramba, a lembrança já
completou 40 anos!”, rememora surpreso.
Professores que marcaram
Além da vivência com os colegas de
turma, voltar no tempo para lembrar de bons momentos vividos na escola
automaticamente trazem o sentido de gratidão aos antigos mestres. Como a boa
lembrança de 45 anos atrás do psicólogo Sérgio Manzione, 60 anos, que guarda
com carinho as lições do seu antigo professor de Português Luiz Antônio. “Ao
corrigir as redações, ele não aguentava mais ler o mesmo erro: ‘derepente’
escrito tudo junto. Na sala de aula, uma parede toda era o quadro negro, e um
dia o professor, meio enfurecido, resolveu acabar com o erro recorrente dos
alunos. Subiu em uma cadeira e escreveu no canto esquerdo superior da lousa o
‘de’, arrastou a cadeira até o canto superior direito e escreveu
‘repente’. Nunca mais ninguém escreveu
errado. Agradeço ao professor Luiz Antônio, onde ele estiver, por nos ensinar a
escrever certo, e jamais errar frases como mim está aqui ou ele estar
em casa. A escola também nos ensina a ler, a interpretar o mundo e a pensar
sobre nossas vidas”.
A Gerente Nacional de Operações
Viviane Torres lembra com gratidão de um momento ocorrido há quase 30 anos, mas
que transcende o tempo. “Uma lembrança especial que tenho é da professora Elsa,
que ensinava Português e Redação. Ela despertou em mim o amor pela escrita e me
incentivou bastante. Em um dos concursos literários do colégio, me apoiou e
incentivou a me inscrever, e eu ganhei o concurso. Toda essa motivação foi
decisiva para que anos depois eu me formasse em Letras e continuasse a
escrever”.
Professores também inspiram
A professora Lígia Pimenta possui mais de 15 anos de experiência em sala de aula e relembra, emocionada, o abraço recebido de uma das suas alunas. “Esse abraço que ela me deu eu não entendi. Ela olhou para mim e disse que era o abraço que gostaria de dar na mãe, mas não conseguia. Na época eu era muito menina, tinha iniciado minha carreira e me arrependo de não ter tido o contato dessa família para eu contactar a mãe dessa jovem para que ela desse o abraço. Ali aprendi que dentro da sala de aula a gente não transmite só conhecimento, nós somos vistos também como inspiração. Passei a ser mais carinhosa e cuidadosa”, reflete.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil.
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