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Índios yanomamis estão morrendo desnutridos por falta de assistência médica

A primeira equipe médica no local em seis meses não dispunha de medicamentos suficientes para tratar toda a aldeia.


Uma fotografia tirada pelo missionário católico Carlo Zacquini, 84, que atua entre os yanomamis desde 1968, mostrando uma criança yanomami sobre a rede com as costelas expostas pela desnutrição, e diagnosticada com malária e verminose, revela o drama provocado pelo descaso das autoridades com os indígenas no Brasil.

Índios yanomamis estão morrendo desnutridos por falta de assistência médica

A primeira equipe médica no local em seis meses não dispunha de medicamentos suficientes para tratar toda a aldeia.

 

O território yanomami sofre com o aumento da malária e com a desnutrição infantil crônica, que atinge 80% das crianças até 5 anos, segundo estudo recente financiado pela Unicef e realizado em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde.

 

Os indígenas também enfrentam uma grande invasão de garimpeiros, incentivados por promessas do presidente Jair Bolsonaro de legalizá-los e pelo alto preço do minério. São cerca de 20 mil não indígenas morando ilegalmente na Terra Indígena Yanomami, contaminando os rios com mercúrio e contribuindo para espalhar Covid-19 e malária, além do álcool e da prostituição.

 

Procurado, o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Yanomami, do Ministério da Saúde, informou que a criança, do sexo feminino, foi transferida a Boa Vista (RR) dois dias após a visita médica, acompanhada dos pais e dos irmãos.

 

Ela tem 8 anos e pesa 12,5 kg. Internada desde 23 de abril, está em tratamento para pneumonia, anemia e desnutrição grave —a malária foi curada. Ela está estável e em acompanhamento pelo serviço social. Segundo o órgão, trata-se de um caso isolado.

 

Veja o que diz o missionário, responsável pela imagem:

 

A fotografia foi feita por volta de 17 de abril. O pessoal das equipes de saúde tem receio de denunciar essa situação, pois podem ser punidos, colocados em lugares mais penosos ou ser demitidos. Vários polos de saúde estão abandonados. Não há estoque de medicamentos para verminose na sede do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami), em Boa Vista. Até para malária a quantidade é limitada.

 

O pessoal da saúde faz tratamentos com medicamentos, mas o tratamento não tem continuidade quando trocam de equipe. Assim, quando possível, fazem a primeira dose de tratamento, mas depois de um tempo os doentes devem recomeçar a partir da primeira dose.

 

O vaivém de garimpeiros é contínuo e isso implica voos de avião, barcos, helicópteros e a pé. São milhares os invasores da Terra Indígena Yanomami, e o presidente da República anuncia que irá pessoalmente falar com os militares que estão ali e com os garimpeiros também. Faz questão de dizer que não vai prender estes últimos, mas somente conversar.

 

Até para malária os medicamentos são contados, incluindo a cloroquina. Tem cloroquina para Covid, mas não para malária. A criança desnutrida está numa aldeia a oito minutos de helicóptero de um posto de saúde, mas leva um dia a pé. E depois dessa aldeia há outras, que na época estavam reunidas para o cerimonial funerário em outra aldeia mais afastada.


Fonte: Painel Político



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