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Promotora de eventos de MT que foi parar na UTI por causa de cigarro eletrônico faz alerta sobre “modinha”

“Ter um cigarro eletrônico de última geração se tornou um ponto extra para os jovens”

Os riscos à saúde causados pelo tabagismo já são bem conhecidos: câncer, doenças crônicas, tuberculose, impotência sexual, infertilidade e inúmeras infecções respiratórias, dentre elas, a pneumonia e suas diversas complicações. Mas quando se fala em cigarros eletrônicos, uma "modinha" que se espalhou por todo o mundo, os riscos são ainda piores.

 


Essa está sendo a realidade da promotora de eventos Madona Arruda. A cuiabana revelou que está há mais de uma semana internada devido ao uso dos chamados vapers. “Agora estou em observação. A pneumonia bacteriana alastra muito rápido no pulmão. Já estou há sete dias combatendo com antibióticos", comenta, em meio a uma tosse intensa.

 

"Eu já tenho problema de sequelas da Covid e o cigarro eletrônico piorou, mas já estou sabendo o mal, toda hora vem médico aqui dizer que Mato Grosso tem muita gente na UTI por causa disso”, expõe. 

 

Internada há mais de uma semana na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Madona foi diagnosticada com pneumonia bacteriana, uma doença respiratória aguda que provoca inflamação nos pulmões e nos brônquios, geralmente provocada por microorganismos, como vírus, bactéria ou fungo. No entanto, há casos como o de Madona, em que pode ser causada pela inalação de produtos tóxicos. Se não tratada, a pneumonia bacteriana pode evoluir para um quadro de infecção generalizada, podendo resultar em morte. 

 

Em vídeo enviado ao site Repórter MT, Madona alerta, principalmente os jovens, sobre a gravidade do caso, resultado do uso do cigarro eletrônico. “Hoje eu já estou há uma semana internada e o primeiro dia que fiquei sem febre foi ontem. A gente acaba pegando essas 'modinhas' aí. E aqui em Cuiabá tem vários jovens internados, fora daqui também. É uma modinha que pode trazer um prejuízo grande”.

 

O cigarro eletrônico ('vaper' - abreviação de “vaporizador”), muito popular entre os jovens, difere do cigarro comum, mas ambos têm como base a nicotina, substância responsável por causar a sensação de prazer, que acaba resultando na dependência. A diferença está na quantidade de nicotina contida em cada uma das duas formas.

 

Em entrevista ao Repórter MT, o pneumologista Dr. Clóvis Botelho, que também é professor da UFMT, explicou essa diferença. “Em termos de dependência, o cigarro eletrônico é muito mais perigoso que o cigarro comum, porque a pessoa está inalando a nicotina praticamente pura e a quantidade de nicotina em cada tubete pode ser de 10mg a 20mg, geralmente. Mas, em alguns casos, pode chegar a 40mg. Já o cigarro comum normalmente tem em torno de um miligrama. Ou seja, a pessoa acaba inalando muito mais nicotina pelo cigarro eletrônico do que pelo cigarro comum”.

 

Segundo Clóvis, o número de fumantes no Brasil era de cerca de 40%, mas essa taxa caiu para 10%, em média, nos últimos anos. No entanto, o uso dos cigarros eletrônicos vem mudando essa realidade. Inicialmente vendido como um instrumento para ajudar as pessoas a largar o tabagismo, o cigarro eletrônico ganhou popularidade entre os jovens, que viam com deslumbre o objeto símbolo de modernidade.

 

“As pessoas viram aquilo como um produto bonito, moderno, cheio de novidades e que agradou, principalmente os jovens, que viram naqueles instrumentos, algo como um celular de última geração. Ter um cigarro eletrônico de última geração se tornou um ponto extra para os jovens”, comenta Botelho e alerta que esse público é o mais afetado, porque os cigarros eletrônicos tornam-se uma porta de entrada para o tabagismo.

 

“O cigarro eletrônico foi vendido como um cigarro não muito agressivo, que fazia menos mal que o tradicional, mas não é bem assim,. Isso foi um conto de vigário, porque na verdade é um risco grande, estamos vendo agora uma epidemia, principalmente em jovens que compraram essa ideia e iniciaram pensando numa coisa e hoje estão vendo o perigo e acabam ficando dependentes da nicotina”.

 

Ainda de acordo com o médico, engana-se quem pensa que apenas os jovens estão sendo afetados pelo uso dos ‘vapers’. “Os adeptos de maior idade também sofrem, porque quem tentava parar de fumar, tentou usar o cigarro eletrônico e acabou ficando dependente. Isso realmente acontece. Cientificamente falando, o cigarro eletrônico não serve para parar de fumar, muito pelo contrário, nós temos uma grande quantidade de pessoas que acabaram ou voltando para o cigarro tradicional ou ficaram dependentes do cigarro eletrônico”.

 

Substâncias como açúcares, corantes e flavorizantes, usados para melhorar o cheiro e o gosto da nicotina, ao entrar em contato com a mucosa respiratória, podem causar agressões severas. Além disso, há também estabilizadores e substâncias químicas que têm efeitos desconhecidos em longo prazo. “O que sabemos de antemão é que as doenças causadas pelo tabagismo clássico, estão acontecendo também no tabagismo eletrônico, e com menos tempo. São infartos, cânceres, todas as doenças recorrentes do cigarro estão chegando mais cedo em quem usa cigarro eletrônico”, alerta. (Fonte: Repórter MT)

 






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